O período de vendas da Black Friday começa cada ano mais cedo. Em 2025, a ‘data’ movimentou uma quantia acima do esperado até a segunda-feira, dia 24/11, dia em que começou de fato a semana da Black Friday.

De acordo com um levantamento realizado pela Confi Neotrust em parceria com o E-Commerce Brasil, entre o dia 1 até o dia 24 de novembro o comércio eletrônico brasileiro movimentou R$ 33,6 bilhões, um crescimento de 35,5% em relação ao mesmo período de 2024.
Mais pedidos, menor ticket médio
O volume de pedidos online de Black November somam um aumento de 48,8% a mais do que no mesmo período do ano passado, representando 109,5 milhões de compras, com 228 milhões de itens comercializados (33% a mis do que em 2024).
Apesar do aumento das vendas, a pesquisa mostra que houve queda de 9% no ticket médio gasto até 24/11, em torno de R$ 307,40. Em contrapartida, o preço médio por item subiu ligeiramente, em torno de 1,4%, atingindo R$ 147,60.
A análise da cesta de compra aponta para carrinhos mais enxutos e compras mais racionais, uma vez que os produtos estão proporcionamente mais caros, mas os consumidores estão optando por comprar menos itens por pedido.
Categorias em destaque
Em novembro de 2025, o destaque é para as categorias:
- Eletrodomésticos, R$ 2,73 bilhões;
- Moda e Acessórios, R$ 2,67 bilhões;
- Eletrônicos, R$ 2,46 bilhões;
- Saúde, R$ 2,03 bilhões;
- Telefonia, R$ 1,96 bilhões;
- Automotivo, R$ 1,94 bilhões.
Algumas categorias merecem uma atenção especial por um crescimento acima do esperado, como Saúde, com 124%. Um dos motivos para este crescimento foi o “Efeito Canetas Emagrecedoras”, com a liberação de compra com receita médica e odontológica nas farmácias brasileiras acelerando o uso entre consumidores brasileiros.
Casa e Construção também aponta para um crescimento expressivo, de R$ 42%, sugerindo uma onda de reformas e melhorias nos lares brasileiros.
O que dizem os especialistas
Para Bruno Pati, CEO do E-Commerce Brasil, os números antecipam uma das Black Fridays mais robustas dos últimos anos, tanto pela base de comparação quanto pelo comportamento do consumidor.
“O varejo digital entrou em 2025 mais racional, mais competitivo e mais técnico. O consumidor aprendeu a antecipar compras e a comparar preços com rigor, e o mercado aprendeu a responder com eficiência operacional, logística avançada e personalização em escala. O que vemos nesta pré-Black Friday é o reflexo de um ecossistema mais maduro, capaz de crescer mesmo com tíquetes menores, porque opera com maior previsibilidade, qualidade e intensidade promocional bem-planejada.”
Vanessa Martins, Head de Marketing da Confi Neotrust, reforça que os indicadores demonstram não apenas força de demanda, mas também uma reorganização estrutural na jornada de compras.
“O pico de vendas deixou de ser um ponto isolado no calendário e passou a ser um ciclo contínuo. Os dados mostram uma Black Friday mais distribuída, com o consumidor respondendo cedo às campanhas e apostando em categorias de maior recorrência, como saúde e moda, mas também investindo em bens duráveis. A combinação entre volume elevado e ticket mais baixo reforça um consumidor mais informado, mais estratégico e mais sensível à eficiência das ofertas.”
Considerando o ritmo atual e o padrão observado ao longo de novembro, a expectativa é de que a semana oficial da Black Friday consolide um dos maiores volumes de vendas já registrados no e-commerce brasileiro, sustentando um fechamento de ano acima das projeções iniciais e reafirmando o digital como motor vital da economia.