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“11.11 e Black Friday são datas complementares, não concorrentes”, afirma porta-voz do Mercado Livre

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

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O 11.11 chegou de verdade para o comércio eletrônico brasileiro. Desde julho, o Mercado Livre vem trabalhando as datas duplas para concorrer de frente com os marketplaces asiáticos, mas entrou para valer no single’s day.

Entregador do Mercado Livre
(Imagem: Divulgação/Mercado Livre)

De acordo com Renata Gerez, Head de Social Commerce do Mercado Livre na América Latina, a data em nada compete com a Black Friday. Muito pelo contrário.

A executiva participou de uma coletiva para a imprensa durante um evento para afiliados e vendedores na noite de ontem, 10, com o objetivo de incentivar as vendas para a data e promover a criação de conteúdos que engajem e convertam.

“O 11.11 acaba sendo complementar à Black Friday e auxilia os afiliados e lojistas a não colocarem todas as suas expectativas em uma data só. A Black Friday, no entanto, continua sendo a grande aposta do ano para vender, mesmo que o 11.11 seja uma forma de testar campanhas, esquentar o consumidor e diversificar as estratégias ao longo do mês”, ela explicou.

O evento faz parte da estratégia do Mercado Livre para impulsionar não só as vendas do 11.11 como alavancar ainda mais a Black Friday. De acordo com a empresa, serão mais de R$ 100 milhões em cupons disponibilizados para os consumidores até o final de novembro, um aumento de 150% em relação ao ano passado.

Um Panorama de Consumo sobre a Black Friday de 2025 realizado pelo Mercado Livre e Mercado Pago apontou ainda a importância dos cupons para a decisão de compra:

  • 76% dos consumidores consideram os cupons decisivos ou muito importantes na hora da compra;
  • 68% afirmam que irão aproveitar as ofertas do 11.11

Conteúdo engaja e vende

Segundo Gerez, cada vez mais afiliados se veem como empreendedores, ao partirem da produção de conteúdo para a venda de fato. O local escolhido para sediar o evento é a prova de que a aposta em conteúdo vale a pena e pode se tornar uma estratégia não só rentável como essencial para a prosperidade da marca.

A Community Creators Academy é um espaço focado na educação de profissionais que desejam transformar conteúdo em autoridade pessoal ou de marca. Além de influenciadores digitais, o academia serve de escola para executivos da área de marketing digital e um hub com cenários, equipamentos e repertório para a produção audiovisual.

O evento contou com 8 horas de conteúdo para mais de mil afiliados e criadores de conteúdo associados ao Mercado Livre, bem como 15 top marcas do marketplace, como Electrolux, Pampers, Buddemeyer e Mondial.

De acordo com Fábio Duarte, CEO e idealizador da Creators Academy, o evento foi uma oportunidade de mostrar que existe um ecossistema por trás do conteúdo digital. O objetivo da academia, inclusive, é exatamente esse: o criador deixa de apenas postar publieditoriais e passa a ser um empreendedor em suas redes sociais.

Para ele, tanto criadores, quanto influenciadores e afiliados são “empresários do consumo”. Isso porque antigamente as marcas tinham apenas os ‘garotos propaganda’ para se tornarem apelativas ao público pela publicidade tradicional, enquanto hoje existe um mercado de influência, já saturado, mas muito rentável, que deve ser considerado pelas marcas.

“Muitos influenciadores entram nos cursos com muitos seguidores, mas sem uma jornada rentável. Não é sobre produzir conteúdo, e sim sobre lucrar desse empreendimento”, segundo Duarte.

A creator economy, estratégia na qual se baseia a estratégia de afiliados, “é uma forma de furar a bolha das agências, fazendo com que os afiliados monetizem suas recomendações com conteúdos”, completou Gerez.

Datas dobradas vieram para ficar

Gerez explicou ainda que as datas dobradas farão parte permanentemente do repertório do Mercado Livre. Em vigor desde o 11.11 do ano passado, o marketplace passou a investir pesado nas datas dobradas em julho de 2025, com campanhas midiáticas mais enérgicas, cupons e promoções mais agressivas e frete grátis para as compras a partir de R$ 19.

É neste cenário que entram os criadores de conteúdo e afiliados. “Para nós, o programa de afiliados e criadores é uma das formas de democratizar o e-commerce e auxiliar a transformação de vidas e profissionais da área”, explica Gerez.

“Com ganhos de até 16% sobre as vendas aprovadas e incentivos à produção de conteúdo, o programa cresceu 310% no número de afiliados no segundo trimestre deste ano, em comparação a 2024. Em setembro, foram registrados 72 pedidos por minuto, consolidando-se como uma das principais portas de entrada para o empreendedorismo digital”, finaliza a executiva.

“Estamos vivendo a virada definitiva do varejo para o conteúdo”, afirmou Duarte. “As datas dobradas aceleraram um comportamento que já era inevitável: hoje, o consumidor compra influenciado por criadores em tempo real. Quando marcas, plataformas e creators se encontram no mesmo espaço, como neste 11.11, vemos o poder dessa nova economia acontecendo na prática, vendas, comunidade e cultura se movendo juntas. Esse é o futuro do comércio digital”, finalizou Duarte.