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E-commerce brasileiro deve encerrar 2025 com US$ 418,8 bi, aponta Nuvei

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

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De acordo com a fintech global de pagamentos Nuvei, o e-commerce brasileiro tem muito o que comemorar em 2025, sendo o Pix um dos principais aliados das compras online. Ao longo de 2025, a companhia realizou uma série de levantamentos em torno dos pagamentos digitais brasileiros e internancionais, bem como seu impacto no e-commerce e em seus respectivos mercados.

Em sua edição final do “Guia de Expansão Global para Mercados de Alto Crescimento”, a fintech projeta um movimento de até US$ 418,8 bilhões no e-commerce brasileiro até o final de 2025, com uma projeção de crescimento de 21% ao ano até 2027. Este volume coloca o país como o maior mercado digital entre as oito economias emergentes analisadas pela Nuvei, fintech global de pagamentos, em seu recém-lançado estudo consolidado.

O Guia mapeou o desempenho e o potencial de mercados emergentes incluindo Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Brasil, África do Sul, México, Hong Kong, Chile e Índia.

Meios de pagamentos no cenário brasileiro

O relatório destaca a ascensão do Pix como já sendo o preferido dos consumidores brasileiros e com potencial para superar os cartões como principal meio de pagamento digital nos próximos dois anos.

No comércio eletrônico nacional, os principais métodos utilizados incluem o Pix, Mercado Pago, PicPay, boleto bancário (em declínio) e PayPal. O estudo aponta a divisão das transações por cartão:

  • Cartões de crédito nacionais: 31%
  • Cartões internacionais: 10%
  • O parcelamento continua sendo uma prática amplamente adotada.

A Nuvei enfatiza que empresas em expansão no setor devem priorizar a oferta de opções de pagamento locais – como Pix, cartões de crédito nacionais e carteiras digitais – além de habilitar parcelamentos e preços em real (BRL). Além disso, o uso de QR Codes via Pix eleva a conversão de vendas.

“Para o mercado brasileiro, o aprendizado é claro: os pagamentos instantâneos tornaram-se uma expectativa padrão, não mais uma alternativa. As taxas de fraude vêm melhorando, mas tecnologias como tokenização e autenticação avançada continuam sendo fundamentais para manter a segurança e a eficiência nas transações”, afirma Juan Jorge Soto, General Manager da Nuvei América Latina.

Para o controle de fraudes e a melhoria nas taxas de aprovação, a utilização de tokenização e impressão digital de dispositivos é considerada essencial.

Cenário global e inclusão financeira

Em escala global, o volume total de e-commerce nos oito mercados analisados atingiu US\$ 908,4 bilhões, com uma projeção de quase dobrar para US\$ 1,2 trilhão até 2027, o que representa um crescimento médio anual de 19%.

O Brasil lidera o ranking de mercados digitais estudados, seguido por:

  • Índia (US\$ 212,9 bilhões)
  • México (US\$ 125,7 bilhões)
  • Colômbia (US\$ 61,4 bilhões)
  • Chile (US\$ 39,1 bilhões)

A ascensão de sistemas de pagamento locais, como o PIX no Brasil e o UPI na Índia, é um fator crucial por trás desse crescimento, servindo de modelo global para pagamentos instantâneos e para novas iniciativas em países como México (DiMo) e Colômbia (PSE). Nos Emirados Árabes Unidos, cartões e carteiras digitais ainda dominam, enquanto na África do Sul o recém-lançado PayShap impulsiona a inclusão financeira.

O estudo ressalta que os oito mercados abrigam quase dois bilhões de pessoas, sendo mais da metade com menos de 35 anos. Essa Geração Z e os Millennials, altamente conectados e adeptos do mobile-first, buscam experiências digitais personalizadas e pagamentos instantâneos. A influência desse público tende a crescer: até 2030, três em cada quatro consumidores nas economias emergentes terão entre 15 e 34 anos.

Iniciativas governamentais, regulamentações de open banking e inovações conduzidas por bancos centrais (como o PIX e o UPI) têm reforçado a inclusão financeira, reduzindo a dependência do dinheiro físico.

“O comércio eletrônico deve ultrapassar a marca de US\$ 1,2 trilhão até 2027, e as economias emergentes continuarão crescendo em ritmo significativamente mais rápido do que América do Norte e Europa Central. O Brasil, em especial, consolida-se como um dos maiores polos de inovação em pagamentos do mundo”, afirma Soto.

Próximos passos

Para 2026, a Nuvei prepara uma nova edição do Guia de Expansão Global, com foco em novas geografias, visando apoiar comerciantes a ampliar sua base de consumidores digitais.

“A principal conclusão é clara: o cenário de pagamentos nos mercados de alto crescimento está evoluindo, não se substituindo. As economias digitais que mais crescem no mundo e a próxima geração de consumidores estão prontas para os comerciantes que também estiverem prontos para elas”, conclui Juan Soto.