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Comércio eletrônico do México deve crescer 25% ao ano até 2027, aponta Nuvei

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

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Em mais um capítulo de análise dos índices de crescimento do mercado emergente, a Nuvei analisou os pormenores do desenvolvimento econômico do México. De acordo com o relatório, o e-commerce mexicano deve crescer, em média, 25% ao ano até 2027, superando a taxa brasileira estimada em 21% no mesmo período.

De acordo com relatório da Nuvei, o mercado mexicano deve atingir US$ 184,2 bilhões até 2027/Imagem: Envato

A projeção faz parte do relatório Guia de expansão global para mercados de alto crescimento, elaborado pela fintech canadense Nuvei. Segundo o estudo, o mercado mexicano deve atingir US$ 184,2 bilhões ao fim do período, consolidando-se como o segundo maior da América Latina, atrás apenas do Brasil.

O relatório mapeia o potencial de expansão do e-commerce em oito mercados considerados estratégicos: Brasil, África do Sul, México, Hong Kong, Chile, Índia, Colômbia e Emirados Árabes Unidos. Após a publicação dos dados de Brasil e África do Sul em fevereiro, a nova fase do estudo foca nos mercados de México e Hong Kong.

Integração regional e pagamentos digitais impulsionam o México

A expectativa de crescimento do e-commerce mexicano está atrelada, principalmente, ao aumento da integração com outros países. O comércio eletrônico internacional (cross-border) no país deve passar de 21%, em 2024, para 26% até 2027 — uma taxa acima da registrada pelo Brasil e da média dos demais países analisados.

Outro fator relevante é a modernização dos métodos de pagamento. Embora ainda haja forte presença do dinheiro em espécie — 6% das transações, de acordo com o estudo — o cenário tende a mudar com o avanço de soluções como o Sistema de Pagamentos Eletrônicos Interbancários (SPEI-CoDi) e o Dinero Móvil (DiMo). Ainda assim, o México segue atrás do Brasil em termos de inclusão financeira.

Recentemente, os governos dos dois países firmaram uma agenda de cooperação econômica. Em encontro no início de maio, a presidente mexicana, Cláudia Sheinbaum, e o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, acertaram o compartilhamento de tecnologia voltada a pagamentos em tempo real.

“O mercado de comércio eletrônico no México está em plena expansão e modernização, e isso tem atraído grandes empresas brasileiras”, afirma Daniel Moretto, vice-presidente sênior da Nuvei América Latina. “O PIB per capita é 30% maior do que o nosso, e estamos alguns passos adiante em inclusão financeira”.

Hong Kong: vitrine de e-commerce internacional

Entre os mercados analisados pela Nuvei, Hong Kong se destaca pelo alto nível de maturidade no e-commerce internacional: 56% das transações são transfronteiriças, com previsão de alcançar 59% até 2027. Em comparação, México e Brasil partem de uma base bem menor — 21% e 8%, respectivamente.

O cenário reflete as particularidades do território, que, com 7,8 milhões de habitantes, depende fortemente do comércio exterior. Além disso, ser vizinho ca China — maior exportador do mundo — e ter uma economia baseada em serviços (92% do PIB) tornam Hong Kong uma das economias mais abertas do planeta.

Com o 24º maior PIB per capita do mundo, internet em 95,6% dos lares e a maior taxa de telefonia móvel do planeta (292 linhas para cada 100 habitantes), o mercado é visto como uma porta de entrada estratégica para empresas brasileiras que buscam presença na Ásia.

“Hong Kong é um mercado estratégico como porta de entrada para empresas que querem se expandir na região”, diz Moretto. “Além disso, tem uma população diversa e de alta renda, grande consumidora de marcas premium internacionais”.