A Amazon deu um novo passo na disputa pelos chips de Inteligência Artificial ao anunciar, nesta terça-feira, 2, a terceira geração de seus processadores próprios. Os novos Trainium 3 passam a equipar os “UltraServers”, apresentados durante o evento AWS re:Invent, em Las Vegas, e chegam ao mercado como alternativa ao domínio da Nvidia e às soluções personalizadas do Google.

Segundo a empresa, cada servidor pode agrupar até 144 chips Trainium 3, entregando mais que o quádruplo de desempenho em relação à geração anterior. O avanço também inclui ganhos relevantes em eficiência energética, ponto considerado estratégico diante do aumento do consumo computacional exigido pelos modelos de IA de grande escala.
A iniciativa reforça o movimento da Amazon para reduzir a dependência de hardware de terceiros e ampliar o controle sobre sua própria infraestrutura, ao mesmo tempo em que busca atrair clientes corporativos para sua arquitetura.
Adoção ainda é ponto de atenção
Apesar da aposta, a expansão do uso dos chips segue sob observação. Grandes consumidores de computação em nuvem ainda avaliam o potencial das soluções da Amazon, em um cenário em que o Google amplia a participação de suas TPUs no mercado. A disputa também envolve a Anthropic, startup apoiada tanto pela Amazon quanto pelo Google, que distribui sua demanda entre diferentes fornecedores, embora mantenha a AWS como principal parceira de treinamento.
Escala para clusters massivos
A Amazon afirma que milhares de UltraServers podem ser interligados para formar clusters com até 1 milhão de chips. Essa tecnologia sustenta o supercomputador Project Rainier, desenvolvido para a Anthropic. Embora a companhia evite comparações diretas com as últimas gerações de Nvidia e Google, destaca avanços em memória de alta largura de banda como diferencial da nova linha.
Os Trainium 3 serão fabricados pela TSMC. A empresa também já trabalha na próxima geração da família, o Trainium 4, que deve reforçar ainda mais sua presença no mercado de chips para IA.