Logo E-Commerce Brasil

Tarifas de Trump geram prejuízos aos pequenos varejistas dos EUA

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

A mudança repentina nas tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos a produtos fabricados na China tem provocado impacto direto na operação de pequenos varejistas às vésperas da Black Friday. De acordo com informações da Reuters, empresários relatam ruptura na cadeia de suprimentos, estoques abaixo do ideal e aumento de custos.

Tarifas de Trump geram prejuízos aos pequenos varejistas dos EUA
(Imagem: Envato)

Além da situação em si, a relevância do problema se dá também por conta das compras de fim de ano, um dos períodos mais relevantes para o faturamento anual do setor A Loftie, marca de bem-estar do sono sediada em Nova York, é um dos exemplos entre os varejistas menores que estão sofrendo as consequências.

Segundo o fundador Matt Hassett, a empresa trabalha com cerca de 10% do estoque necessário após dificuldades para se antecipar às tarifas. Ele afirma que a instabilidade regulatória atrasou pedidos e comprometeu a preparação para novembro e dezembro, meses que tradicionalmente representam um terço do lucro anual dos varejistas norte-americanos.

Cenário

As incertezas começaram quando o governo Donald Trump sinalizou, em abril, a possibilidade de elevar as tarifas para até 180% sobre importações chinesas. Diante desta situação, empresas como a Loftie chegaram a considerar a migração da produção para países como Tailândia.

A dificuldade não é isolada. A Lo & Sons, varejista de malas e acessórios de viagem do Brooklyn, visitou fábricas na Índia, Camboja e outros países buscando alternativas de fornecimento.

E as gigantes?

Enquanto isso, grandes redes como Walmart, Amazon e Costco conseguem amortecer o impacto das tarifas com maior facilidade, graças à escala de operação e ao poder de negociação. Pequenos varejistas, por outro lado, enfrentam pressão significativa.

Dados da RapidRatings indicam que empresas com ativos inferiores a US$ 50 milhões registraram margem operacional média de –20,7%, deixando 36% delas em situação de alto risco de falência. Do lado das grandes varejistas, apenas 12% estão nessa situação.

Caminhos alternativos

Para mitigar perdas, empresários têm adotado medidas como:

  • Corte de pessoal;
  • Redução de portfólio;
  • Antecipação de pedidos.

O último, aliás, sob risco de acumular excesso de estoque, caso a demanda não acompanhe as expectativas de fim de ano.