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Walmart avança em e-commerce e Target enfrenta queda nas vendas

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

Entre inflação elevada, efeitos da pandemia e tarifas recordes, o varejo norte-americano atravessa um período desafiador. Nesta semana, os resultados trimestrais divulgados por Walmart e Target evidenciam estratégias e momentos distintos das redes. Em abril, elas se encontraram com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Walmart e Target - varejo dos EUA
(Imagem: Divulgação/Walmart)

O Walmart registrou alta de 4,8% nas vendas em lojas comparáveis nos EUA, embora abaixo das expectativas de lucro. A Target, por sua vez, teve queda nas vendas pelo terceiro trimestre consecutivo e anunciou mudanças na liderança da companhia.

Desempenho no digital

No e-commerce, o Walmart ampliou sua vantagem, com alta global de 25% no segundo trimestre fiscal, contra 4,3% de expansão nas vendas digitais da Target no mesmo período.

Segundo a eMarketer, a Amazon segue como líder com 40,6% do e-commerce americano. O Walmart ocupa a segunda posição, com 9,4%, enquanto a Target responde por apenas 1,6% — atrás de Home Depot, Temu, eBay e Apple.

Estratégia de mercado

Analistas atribuem o desempenho superior do Walmart ao foco em itens essenciais, principalmente alimentos. Essa estratégia gera recorrência e atratividade no digital, segmento no qual a empresa também fortaleceu sua atuação com o programa de assinatura Walmart Plus, além de investimentos em logística e tecnologia. O varejista já consegue alcançar 95% da população dos EUA em até três horas de entrega.

Outro fator relevante é a expansão do marketplace. Até junho de 2025, o Walmart contabilizava mais de 200 mil vendedores ativos, frente aos 1.325 da plataforma Target Plus, que opera apenas por meio de convite.

Desafios da Target

A Target enfrenta dificuldades relacionadas a decisões estratégicas anteriores, como excesso de estoque de itens para casa durante a pandemia e a retração em suas políticas de diversidade, equidade e inclusão. Além disso, seu portfólio, mais concentrado em categorias discricionárias como moda e acessórios, sofre com a retração do consumo frente ao aumento dos gastos com alimentos.

Segundo analistas, a proposta de valor da Target — marcada pela experiência de compra em loja física e marcas exclusivas — tem menor apelo no digital, onde a jornada é mais transacional.

Competição acirrada

Apesar da diferença de resultados, especialistas ressaltam que a Target mantém relevância, mas enfrenta concorrência mais agressiva. Walmart e Amazon avançam de forma mais consistente tanto no digital quanto no marketplace, consolidando sua posição em um varejo cada vez mais competitivo.