O lazer é coisa séria. De acordo com Donovan Ferreti, Managing Director da TicketMaster, vender ingresso para show e eventos é uma verdadeira arte de gerenciamento de caos. O executivo esteve no Congresso de Serviços do E-Commerce Brasil, evento que conecta profissionais do comércio eletrônico e gera discussões de alto nível técnico.

“O ingresso para um evento é algo muito delicado, muitas vezes lidando com sonhos das pessoas, uma demanda maior do que a quantidade de espaço disponível e uma infinidade de dados que são coletados e precisam ser tratados com cuidado”, explica.
Além de tudo, há o gerenciamento ainda das tentativas de fraudes, principalmente durante o pós-pandemia, em que houve um boom de eventos, mas também um crescimento de golpes de ingressos digitais.
“Antes da pandemia, as pessoas iam até a bilheteria comprar um ingresso. Hoje, com a gigante quantidade de eventos disponíveis, é preciso de fato vender ingressos: como eu faço para que as pessoas venham para o meu evento e não para um outro que também está disponível?”, questiona.
Planejamento em todas as etapas
Ferreti explica também que há uma organização logística muito grande para realizar eventos de grande porte, como o Rock in Rio, por exemplo. O uso de dados auxilia organizadores e prefeituras a organizar o transporte, o fluxo de pessoas e a experiência de quem participa.
Há, além de tudo, leis federais e estaduais que estipulam normas de segurança e viabilidade da venda, que devem ser consideradas com cuidado antes de grandes eventos.
Uma longa jornada
Para um consumidor que não consegue comprar o ingresso e comparecer a um espetáculo dos sonhos, a frustração é muito grande. Para ajudar a minimizar uma experiência negativa, existe um calendário que orquestra as ações de um evento de grande porte: divulgação, bilheteria, lotes de vendas e o evento em si.
A hora da fila virtual para a compra do ingresso também é algo de grande importância, pensando justamente no enorme fluxo de pessoas que querem comprar ingressos simultaneamente.
“A depender do tipo do evento, conseguimos orientar para o produtor a demanda antes da abertura do ingresso, bem como condições de pagamento ideais e se o os interessados vem de fora da cidade ou estado em que será realizado”, aponta. Isso permite o cruzamento de dados e maior credibilidade da marca diante de um planejamento.
Preocupação com o fã
“Precisamos pensar nas filas de grandes eventos como se nossos filhos estivessem lá: qual a experiência que eu quero que ele tenha lá?”, questiona Ferreti.
A fila para um festival, por exemplo, demanda um planejamento extremamente delicado, inclusive considerando o trânsito local, abastecimento de água, equipes de segurança, informação e primeiros socorros.
Do lado digital, o cuidado com o fã é uma administração de expectativas: quantos minutos até a finalização da sua compra, ingressos disponíveis e próximos passos. Para o produtor do evento, é possível oferecer um gerenciamento de tipos de ingressos mais desejados, bem como adequação para próximos eventos.