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Efeito 'Gagacabana': o que o setor de serviços online pode aprender com grandes eventos?

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Após levar cerca de 2,1 milhões de pessoas à orla de Copacabana no último sábado (3), o show da cantora Lady Gaga também mobilizou o setor de serviços, principalmente no meio eletrônico. Com o público composto por uma maioria millennial, usuários natos de internet e adeptos da praticidade, serviços de ônibus, reserva de hotéis, passagens aéreas e streaming sentiram a avalanche causada pela chegada de Gaga ao Brasil.

Lady Gaga se apresentou na praia de Copacabana no último sábado (3) (Imagem: Brazil News)

O estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE) em parceria com a RIOTur, calculou um retorno de mais de R$ 600 milhões na economia local, movimentando setores como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio.

O entretenimento aproxima

Segundo o Spotify Brasil, só deu ela nos fones de ouvido e alto-falantes pelo país: os streams de Lady Gaga cresceram 60% nos últimos 7 dias, emplacando 13 músicas no Top 200 da plataforma apenas no sábado, dia do show; enquanto no domingo, o rol aumentou para 16 músicas. No fim de semana do show, 11 canções entraram na parada.

Na última semana, foram mais de 647 músicas da artista adicionadas às playlists. O país mergulhou na discografia da artista pop, e São Paulo se transformou na segunda cidade global que mais ouve Lady Gaga – atrás apenas de Jacarta, na Indonésia. Isso faz do Brasil o segundo país que mais ouve a cantora no mundo.

Com esses dados, também podemos identificar os impactos do mundo offline na navegação online, principalmente em relação ao comportamento dos consumidores. “Eventos de grande repercussão como o show de Lady Gaga mostram o poder do digital em conectar pessoas, marcas e comportamentos em tempo real, independentemente da localização”, destaca Susi Herdy, Head de Retail Media e Operações Digitais na Enext.

As marcas não podem perder a oportunidade, acrescenta. “O buzz online se espalha para todos, e o ambiente digital se torna palco para marcas se inserirem nas conversas com agilidade e criatividade, seja com cupons personalizados como “gagacabana”, memes, ou ativações geolocalizadas”.

Uma estratégia que não pode se restringir apenas ao local do evento, Susi comenta como os serviços de moda, transporte e delivery também devem ser impulsionados em todo o país. “As pessoas querem viver essa experiência também em casa. O online aproxima tendências, gera senso de comunidade e oferece oportunidades únicas para marcas se destacarem, desde que estejam atentas e preparadas”, salienta a executiva.

Público quer experiência completa

Com o feriado prolongado, muitas pessoas aproveitaram a data do show para estender a estadia na capital fluminense. As operações da Azul no aeroporto Santos Dumont e RIOgaleão/Tom Jobim, por exemplo, apresentaram 91% da sua taxa de ocupação.

O Governo do RJ informou a presença de aproximadamente 600 mil turistas no Rio, mais de 240 mil passageiros chegaram pela rodoviária Novo Rio e 363 mil chegaram pelo aeroporto Tom Jobim.

A Clickbus registrou um aumento de 177% na procura por bilhetes com embarque entre o dia 30 de abril e 07 de maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o feriado caiu no meio da semana.

Nos bairros de Copacabana e Ipanema, a ocupação hoteleira atingiu 96%, segundo a HotéisRio. O período analisado pelo HotéisRIO foi do feriado do trabalhador (dia 1º de maio) até o dia apresentação da artista norte-americana (dia 3 de maio).

Na capital, a ocupação média foi de 87%, e no interior, 82%. As regiões com maior destaque foram:

Ipanema/ Leblon (96,45%);
Leme/ Copacabana (95,63%);
Flamengo/ Botafogo (87,89%);
Barra/ Recreio/ São Conrado (83,10%);
Centro (77,34%).

O que também se refletiu nas plataformas online de reservas de hospedagem, como o Airbnb, que sinalizou o aumento de 2,5 nas buscas por acomodações na plataforma para o fim de
semana do show. A maioria delas feitas por Millennials (44%), seguidos por hóspedes da Geração Z.

Inclusive, 2 em cada 10 reservas realizadas para o mesmo período foram feitas por usuários que utilizaram o Airbnb pela primeira vez. No total, milhares de anfitriões abriram suas portas a mais de 60 mil visitantes de 1748 cidades e 66 países.

O setor de serviços precisa estar preparado para os picos de demanda causados por esse tipo de evento, e para isso pode estruturar, um “time forte de dados e marketing que monitore tendências em tempo real“, explica Susi.

“Antecipar movimentos culturais e entender o perfil do público é essencial para entregar uma comunicação alinhada e relevante. Mais do que vender, é preciso criar experiências completas, desde o momento do clique até o uso do serviço. Isso envolve agilidade operacional, personalização e presença nos canais certos. E claro: estar dentro da conversa cultural, sem forçar, para não perder o timing nem virar piada”, finaliza.


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