O setor de entregas rápidas na China passa por ajustes após um período marcado por forte subsídio de preços. Empresas como Meituan, Alibaba e JD.com começaram a reduzir incentivos e a encarecer serviços que por anos foram oferecidos a valores simbólicos. A estratégia, antes utilizada para conquistar mercado, agora pressiona os lucros e levanta preocupações entre reguladores.

Segundo o Business Insider, promoções chegaram a permitir que refeições e bebidas fossem vendidas por 1 yuan (cerca de US$ 0,14). A entrada da JD.com no segmento de entregas de comida, em fevereiro, ampliou a disputa, levando rivais a reforçar descontos e desencadeando uma guerra de preços que corroeu margens e afetou o desempenho das ações.
Perdas e pressão regulatória
A Meituan, que responde por aproximadamente metade do mercado, já sinalizou que pode registrar perdas trimestrais devido ao que classifica como “concorrência irracional”. As ações da companhia recuaram 13% apenas em 28 de agosto e acumulam queda de 33% em 2025. No mesmo período, o Alibaba perdeu 20% do valor de mercado em Nova York, enquanto a JD.com reportou queda de 50% no lucro líquido do segundo trimestre.
Diante do cenário, autoridades chinesas convocaram executivos das três companhias em maio e junho para cobrar o fim da chamada “concorrência desordenada”. A medida ocorre em meio ao enfraquecimento do setor imobiliário e à deflação persistente no país.
Analistas ouvidos pela publicação afirmam que os subsídios devem ser retirados gradualmente nos próximos dois anos. A expectativa é que os preços passem a refletir o custo real das entregas, enquanto as plataformas tentam consolidar o hábito de consumo criado ao longo do período de descontos agressivos.