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Competitividade é prioridade: consumidor brasileiro exige experiência omnichannel mais ágil, aponta Google

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

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Estudo revela os sete pilares essenciais da jornada de compra ideal e os principais gargalos a serem resolvidos pelo varejo

O consumidor brasileiro está cada vez mais pragmático em sua jornada de compra. De acordo com um novo estudo do Google, a competitividade, entendida como a busca por melhores condições e esforço mínimo para maximizar valor, é o principal pilar da experiência omnicanal ideal no Brasil.

Estudo do Google mostra prioridades do consumidor quando o assunto é varejo omnichannel

A pesquisa, baseada em 2.519 entrevistas com consumidores das classes A, B e C, mostra que agilidade, personalização, conveniência e flexibilidade também são fundamentais, mas é a percepção de valor que define as decisões de compra.

“O consumidor brasileiro busca ativamente as melhores condições e valores, e não hesita em explorar múltiplos canais para isso. As marcas sabem da importância da omnicanalidade, mas ainda enfrentam desafios na integração e na eliminação de atritos”, afirma Rodrigo Carvalho, Head de Produtos de Performance no Google Brasil. Em entrevista ao E-Commerce Brasil, o executivou explicou o estudo e argumentou sobre a necessidade de uma estrutura que permita a omnicanalidade.

Gaps na jornada: trocas, entregas e retirada em loja ainda são problemáticas

O estudo mostra uma clara lacuna entre o comportamento atual e o que o consumidor considera ideal. Segundo Rodrigo, os principais gargalos estão ligados à flexibilidade, conveniência e agilidade.

“É importante ressaltar que no Brasil mais de 80% da população, segundo IBGE, vive em casas, o que significa que muitas vezes não há quem receba entregas, sem mencionar pessoas que não são atendidas pelos Correios, daí a importância da opção de retirada na loja”, explica.

Atritos logísticos escancaram a necessidade de um avanço na integração de canais e sistemas, indo além da simples presença multicanal. A verdadeira omnicanalidade, segundo o levantamento realizado pelo Google, exige estoque unificado, visão 360º do cliente, descontos personalizados e preços iguais em todos os pontos de contato (condições que ainda são exceção, não regra).

IA e personalização: tendência promissora, mas ainda secundária

Apesar de a personalização via inteligência artificial ser um dos sete pilares identificados no estudo, Rodrigo avalia que sua aplicação em larga escala ainda depende da consolidação de estruturas mais básicas.

“Embora a personalização via IA tenha um grande potencial para enriquecer a jornada do consumidor, há ainda uma necessidade de desenvolver e aprimorar os aspectos mais fundamentais da agilidade nos serviços e entregas. Portanto, a agilidade de entregas e serviços, por ser uma prioridade mais alta e apresentar lacunas existentes, pode requerer um desenvolvimento básico mais robusto antes que as abordagens de personalização via IA sejam implementadas em larga escala com o mesmo peso”, pontua.

Cultura em transição: o desafio da quebra de silos

Mesmo diante da demanda dos consumidores por uma experiência fluida, muitas marcas ainda operam com estruturas separadas entre o físico e o digital. O motivo, segundo Rodrigo, está na origem de boa parte dos grandes varejistas.

“A maior parte dos grandes varejistas iniciou suas atividades com uma forte presença física, mas, com a chegada da modernidade, precisaram se digitalizar”, analisa o executivo. Segundo ele, por vezes, as unidades de negócio acabaram crescendo de forma independente e autônomo, garantindo crescimento do digital, porém gerando silos.

Rodrigo Carvalho, Head de Produtos de Performance no Google Brasil.

“Vemos, por parte das marcas, um esforço para atender às expectativas, mas os processos ainda exigem certo tempo e expertise. No entanto, é curioso notar que as marcas nativas digitais que posteriormente migraram para o offline normalmente enfrentam menos desafios nessa transição”, explica Carvalho.

Como o Google tem apoiado a transformação

Para ajudar o varejo nessa jornada, o Google tem investido em soluções que aproximam o digital do físico. Entre os destaques estão os Anúncios de Inventário Local, que mostram em tempo real a disponibilidade de produtos nas lojas físicas no Google Shopping, e as campanhas Performance Max, que permitem ativar cupons no Google Maps, por exemplo.

“Além disso, também contamos com tecnologias, como a Store Sales Improvement, capazes de medir as vendas em lojas físicas que foram influenciadas pelo Google. São muitas as possibilidades de fazer melhor e o Google se orgulha de estar contribuindo para que os varejistas brasileiros estejam na vanguarda”, destaca Rodrigo.

O consumidor conta ainda com a plataforma para o planejamento de compras e descoberta na jornada de compra. De acordo com a empresa, dois terços dos consumidores entrevistados relataram que usam o Google ou o YouTube na jornada de compra, conhecendo, inclusive, novos produtos, marcas e varejistas.