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O poder dos dados e da empatia

Por: Valéria Rodrigues

Valéria Rodrigues é CEO da Shopper Experience, empresa de pesquisas sobre comportamento dos consumidores e varejo, do grupo HSR Specialist Researchers, o maior grupo independente de pesquisa de mercado do Brasil. Antes de assumir a liderança da Shopper, atuou como diretora de Varejo e Consumo da Ipsos e da TNS InterScience, por cinco e dez anos. Tem passagem como docente em Pesquisa de Mercado no SENAC e na Fundação Armando Álvares Penteado. É conselheira consultiva independente certificada e ocupa atualmente a cadeira na ABC³, Associação Brasileira de Conselheiros Consultivos Certificados. É graduada e pós-graduada em Comunicação Social e Marketing pela ESPM, com mestrado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e mestrado em Governança Corporativa pela Universidade Federal de São Paulo.

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Vivemos um momento em que saber tudo sobre o cliente já não basta. O verdadeiro desafio é entender o que esses dados significam e como usá-los para construir experiências que toquem tanto a sua mente quanto o seu coração. A personalização deixou de ser uma questão de algoritmo e passou a ser um exercício de empatia: traduzir informação em contexto, tecnologia em sensibilidade e dados em decisões que façam diferença.

Mulher segurando um tablet enquanto navega por uma loja online de sapatos com sugestões personalizadas na tela.
Imagem: Envato.

Nesse cenário, dados e emoção não se opõem, mas se completam. É da integração entre ambos que nasce a personalização inteligente. Quando o dado revela o que o cliente faz e a empatia ajuda a entender por que ele faz, a marca passa a operar em um outro nível de relevância. CX não é mais sobre medir reações, mas sobre decifrar significados.

A limitação das métricas clássicas

As métricas clássicas continuam fundamentais para mostrar o caminho: NPS, cliente oculto, CES e CSAT ainda são bússolas de performance. Mas, isoladas, dizem pouco sobre a direção a ser tomada e não trazem a sutileza do não dito pelo consumidor. O que realmente importa é como a empresa reage ao que os números revelam e com que sensibilidade transforma estatísticas em ações.

A inteligência artificial já consegue prever comportamentos e automatizar jornadas com precisão milimétrica. Mas é a presença humana que confere propósito a cada interação. IA e empatia são dimensões complementares, já que a tecnologia amplia o alcance da escuta, mas é a empatia que dá sentido.

O futuro da personalização: preditiva e afetiva

A personalização do amanhã não será apenas preditiva, será afetiva e sairão na frente aqueles que conseguirem equilibrar dados e sutileza. O que o consumidor busca cada vez mais não é ser compreendido por um sistema, mas ser reconhecido por uma marca que enxerga, escuta e entende o que há de mais humano nele.