A NRF 2025 trouxe reflexões essenciais sobre o futuro do varejo, com uma imersão em inovações, tendências e estratégias que moldam a relação entre marcas e consumidores. Com mais de 450 apresentações e mais de 40 mil visitantes, o evento deixou claro que a inteligência artificial (IA) já não é uma aposta distante – ela é o presente. Mas a grande questão não é simplesmente adotá-la, e sim usá-la de maneira estratégica para realmente agregar valor à experiência do cliente.

A tecnologia como meio, e não como fim
Caminhar pelos corredores da NRF 2025 foi como vislumbrar o varejo do futuro em tempo real. Carrinhos inteligentes, holografia, personalização baseada em dados – tudo isso é fascinante, mas só faz sentido se atender às necessidades reais dos consumidores. No fim do dia, o cliente não está preocupado com o nível de sofisticação da tecnologia usada pela loja; ele quer conveniência, atendimento eficiente e uma experiência que faça sentido para ele.
Esse ponto foi reforçado por empresas como a IBM, que apresentou uma mesa de pingue-pongue com IA integrada para demonstrar como tudo pode ser mensurável e otimizado. Já a Shopic, especialista em digitalização para supermercados, mostrou como a tecnologia pode ser aplicada de forma prática ao equipar carrinhos com câmeras inteligentes que eliminam a necessidade de checkout, tornando as compras mais ágeis e personalizadas.
O que esses exemplos deixam claro é que a IA não deve ser um adereço tecnológico, mas uma aliada na otimização da jornada do cliente. Isso significa que varejistas precisam equilibrar inovação com a essência do que realmente importa: facilitar a vida do consumidor.
Entre automação e humanização: o equilíbrio essencial
Lee Peterson, vice-presidente da WD Partners, destacou um ponto crucial: o comportamento do consumidor oscila entre a busca por conveniência e a valorização da qualidade. Para alguns, a rapidez e a automação são indispensáveis; para outros, a experiência humanizada e a conexão emocional com a marca fazem toda a diferença.
Isso explica por que nem todos querem interagir com IA em suas compras. Mas a maioria deseja que a tecnologia atenda às suas preferências e ofereça experiências mais personalizadas, considerando fatores como economia, sustentabilidade e praticidade. Nesse contexto, o papel das empresas é equilibrar a adoção de ferramentas inteligentes com opções tradicionais, garantindo que diferentes perfis de clientes sejam atendidos.
O “novo físico”: lojas como espaços de vivência
Outro destaque do evento foi o impacto visual e sensorial das lojas físicas. A tecnologia de holografia 3D e os displays instagramáveis reforçam a ideia de que o varejo presencial não deve ser apenas um local de transação, mas um espaço de experiência. As marcas que compreendem isso transformam seus clientes em verdadeiros promotores, impulsionando o engajamento orgânico nas redes sociais e fortalecendo sua presença no mercado.
IA no varejo: o caminho para o futuro está na estratégia
O grande aprendizado da NRF 2025 é que a IA pode ser um diferencial poderoso, mas seu uso deve ser guiado por inteligência e propósito. Ferramentas como IA generativa precisam ir além do hype, entregando valor real para o consumidor e aprimorando sua jornada de compra.
No fim das contas, o sucesso no varejo não está apenas na tecnologia, mas na maneira como ela é aplicada para criar experiências significativas. Empresas que souberem equilibrar conveniência, inovação e personalização terão um diferencial competitivo sólido em um mercado que evolui a cada dia.