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Entrevista Voxus Academy: CEO da Virtual Jóias conta trajetória da empresa

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Dando continuidade ao projeto Voxus Academy, que tem como missão ajudar os mercados de e-commerce e de mídia online a continuarem crescendo através de eventos, treinamentos e conteúdo de qualidade para o ecossistema, trazemos para vocês uma entrevista em primeira mão com um dos principais profissionais do meio no qual atua.

À frente de um dos maiores e-commerces de joias do Brasil, Gustavo Almeida, CEO e Sócio Fundador da Virtual Joias, conta, em uma entrevista exclusiva para sua parceira Voxus, sobre a trajetória, estrutura e desafios de sua empresa em um mercado tão competitivo como o atual.

A marca foi uma das pioneiras do e-commerce no Brasil, sendo fundada quando a internet ainda era discada, e atualmente conquista o terceiro lugar no segmento de jóias, atrás apenas de marcas como Vivara e Pandora, segundo a ferramenta de avaliação de tráfego do SimilarWeb.

Voxus Academy: Conta pra gente um pouco sobre a sua trajetória e sobre o começo da Virtual Joias

Gustavo Almeida: O início da Virtual Joias se deu mais ou menos em 2006, mas na verdade eu sou ourives desde 12 anos de idade, quando um ex-patrão meu chamou uma turma de amigos que brincava na rua para trabalhar na joalheria que ele iria montar.

Fiquei lá até por volta dos 18 anos, quando fui trabalhar com outro ourives da cidade, com quem eu fiquei por 4 anos. Como não tinha certeza sobre ser ourives, fui cursar Direito na PUC Minas Gerais, mas por volta do quinto período percebi que eu ainda era ourives, e nesse momento meu pai me incentivou muito a montar o meu próprio negócio.

Então comecei a ensinar meu irmão, no fundo da horta da casa dos meus pais, a fazer joias e, por volta de 2006, olhando o Mercado Livre, eu vi uma joalheria que vendia alianças de prata. Então eu pensei: “se ele vende por esse preço e, aparentemente, vendeu isso tudo, se eu vender duas dessas eu tô rico”.

A internet ainda era discada naquela época, mas eu falei: “vou colocar na internet, vou colocar no Mercado Livre”. E logo começou a ter as primeiras vendas, foi quando nasceu a Virtual Joias.

VA: Atualmente, como é a estrutura da empresa?

GA: Eu e meu irmão somos sócios. Ele cuida da parte de produção e eu da parte administrativa. Acabei me tornando o presidente, o CEO da empresa.

Toda nossa equipe fica em uma cidade no interior de Minas Gerais, onde fica a fábrica da Virtual Joias e toda a nossa equipe de TI, administrativo e marketing.

VA: A marca está crescendo cada vez mais e ganhando espaço no mercado. Já pensaram em mudar a sede de lugar, ou ser em uma cidade afastada é importante para vocês?

GA: Não, pelo contrário, a fábrica no interior acaba sendo um fator importante, porque as fábricas de joalherias e lojas de joalherias são muito visadas, ocorrem muitos assaltos. Nossa fábrica, por estar em uma cidade do interior, sofre menos impacto nesse sentido.

VA: Com relação à logística, qual é o modelo que vocês criaram para fazerem a distribuição?

Inicialmente se deu nos próprios Correios da cidade, mas à medida que foi gerando volume, a gente passou a apostar em São Paulo. Temos um caminhão que todos os dias às 19 horas sai para São Paulo, e 5 horas da manhã a gente já entrega nos Correios de lá para postagem.

Então temos um CD em Belo Horizonte, que distribui para Minas Gerais, e os Correios em São Paulo que distribui para o Brasil.

VA: Você comentou que o começo da marca foi no Mercado Livre. Como foi essa experiência e em qual momento vocês decidiram sair desse marketplace?

GA: Bom, nós iniciamos as operações no Mercado Livre em 2006 e encerramos a migração em 2013. Isso porque percebemos que a gente poderia investir aquele dinheiro em outras mídias, como a Voxus, o Google e em Ads. Fazendo a mudança de orçamento para essas mídias, nós conseguiríamos potencializar as nossas vendas.

Outro ponto foi que no Mercado Livre a nossa marca ficava muito escondida. Dessa forma, fortalecendo o site, fortaleceríamos consequentemente a marca, o que era importante. Então não fazia sentido vender por vender, fazia sentido pra gente fortalecer a marca.

VA: E como esse maior investimento em mídias, como Voxus e Google, ajudou no crescimento da marca?

GA: Para nós foi fundamental o investimento em mídia. Hoje a Virtual Joias é conhecida no mercado muito por conta desse investimento. Lá atrás, em 2013, pouco se falava nisso, as pessoas estavam mais apegadas a SEO e a marketplace, esqueciam que o Ads tinha um baita potencial, então a gente surfou uma onda muito grande no início, quando poucos estavam surfando.

VA: Qual você considera o maior desafio de mídia que a empresa enfrenta para continuar crescendo?

GA: O maior desafio é o mercado, que está cada vez mais competitivo, cada vez mais caro de investir. Não está fácil competir, por isso estamos fazendo um movimento de trabalhar a marca, de entregar valor.

A Virtual Joias está passando por um movimento de reposicionamento. E nesse momento vamos trabalhar exatamente isso: a marca, entrar com um pouco mais de calor humano, talvez com alguns influenciadores. Temos vários projetos que estamos pensando para o futuro.

VA: Você falou sobre a competitividade do mercado. Quais são os diferenciais que fazem a Virtual Joias se destacar?

GA: Nossa base se sustenta como um conjunto de coisas. O fato de sermos pioneiros no e-commerce é um fator determinante. O fato de sermos fabricantes é um outro fator determinante, fabricamos quase 100% dos nossos produtos.

Também entregarmos rápido nossos produtos, temos a meta de produzir e despachar no mesmo dia. E por fim, o atendimento também. Sempre tratei a agilidade como um ponto importantíssimo. Atendimento, só para ilustrar,  nós vamos competir pela 5ª vez no Prêmio Época Negócio Reclame Aqui.

VA: Com relação à pandemia, quanto e como a Virtual Joias foi impactada?

GA: Aquela segunda quinzena de março foi bem difícil, nossas vendas tiveram uma queda bem forte, mas começamos a investir mais, e aí as coisas foram acontecendo. Tivemos um mês de abril excelente e o mês de maio extraordinário.

Desde o começo, eu elegi um tripé de situações que tinha que manter sustentável: um time mobilizado, os Correios funcionando e clientes dispostos a comprar. Tendo esse tripé sustentado, conseguimos tocar.

VA: Quais aprendizados você tirou dessa situação para a marca?

GA: A lição que eu tiro da pandemia é que eu preciso investir ainda mais em desenvolvimento, o time de tecnologia é fundamental, então esse é meu norte agora.