Após recuo em setembro, o varejo brasileiro registrou alta de 0,4% em outubro, segundo o Índice do Varejo Stone (IVS). Na comparação com o mesmo mês de 2024, porém, o desempenho permanece no campo negativo, com retração de 1,5%.
Apesar do avanço mensal, o varejo não mostra recuperação consistente. Segundo Guilherme Freitas, economista e cientista de dados da Stone, o consumo continua impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido, mas enfrenta limitações importantes.
O especialista destaca que fatores como endividamento elevado das famílias, comprometimento da renda e resistência da inflação restringem um crescimento mais firme. “O setor mostra resiliência, mas permanece abaixo do observado em 2024”, afirma.
Desempenho por segmento
Cinco dos oito grupos analisados tiveram alta em outubro. O melhor resultado veio de Tecidos, Vestuário e Calçados, com crescimento de 1,2%. Na sequência aparecem:
- Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico: 1,1%
- Livros, Jornais, Revistas e Papelaria: 0,5%
- Artigos Farmacêuticos: 0,2%
- Hiper e Supermercados, Alimentícios, Bebidas e Fumo: 0,1%
Três setores recuaram no período:
- Combustíveis e Lubrificantes: 2,3%
- Móveis e Eletrodomésticos: 0,5%
- Material de Construção: 0,4%
No comparativo anual, apenas dois segmentos registraram avanço: Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (0,9%) e Artigos Farmacêuticos (0,5%). Os demais apresentaram retração.
Regiões
Somente seis estados tiveram alta anual nas vendas do varejo em outubro:
- Amapá: 4,2%
- Espírito Santo: 2,7%
- Sergipe: 0,3%
- Ceará: 0,2%
- Goiás: 0,1%
- Mato Grosso: 0,1%
Já as maiores quedas ocorreram em:
- Rondônia: 8,6%
- Rio Grande do Sul: 4,7%
- Santa Catarina: 3,6%
Segundo Freitas, Norte e Nordeste concentraram os principais resultados positivos, enquanto a região Sul voltou a registrar queda generalizada. No Sudeste, apenas o Espírito Santo teve alta.