A adoção do comércio eletrônico avança no país, mas ainda enfrenta diferenças significativas entre faixas etárias. Uma pesquisa da Brain Inteligência Estratégica mostra que, enquanto quatro em cada dez consumidores millenials compram pela internet semanalmente, um terço dos baby boomers jamais realizou uma compra online.

O estudo foi conduzido com 960 entrevistas presenciais em novembro de 2025.
Boomers ainda evitam o digital
O levantamento desafia algumas percepções comuns sobre comportamento de consumo. Embora a geração Z seja vista como nativa digital, 37% dos entrevistados desse grupo afirmam comprar online raramente. O percentual supera o dos próprios boomers, que registraram 34% nessa categoria.
Tanto jovens quanto consumidores mais velhos mantêm mais de 50% de suas compras em lojas físicas. Para 67% dos entrevistados, a principal razão é a necessidade de ver e tocar o produto antes da compra. Outros pontos citados incluem testar itens previamente, maior facilidade para trocas, vontade de sair de casa, receio do ambiente online e a percepção de que o varejo físico pode ser mais barato.
Frequência de compra online entre os brasileiros
Os números gerais indicam que o digital já faz parte da rotina de parte da população, mas ainda não é dominante. Segundo a pesquisa:
- 3% compram online todos os dias;
- 15% realizam compras pelo menos uma vez por semana;
- 36% compram uma vez por mês;
- 34% compram raramente;
- 12% nunca compraram pela internet.
A renda também influencia a frequência de compra. Consumidores que ganham entre R$ 5,5 mil e R$ 10 mil representam 37% dos que compram ao menos uma vez por mês, o maior índice entre todas as faixas. Logo atrás aparecem os consumidores que recebem entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil, com 36%. Já aqueles com renda de R$ 10 mil a R$ 15 mil ou acima de R$ 15 mil não compram tão frequentemente quanto os grupos anteriores.
O que impulsiona e o que trava o consumo digital
Entre os motivos que atraem consumidores ao e-commerce, o preço é o principal fator, citado por 54% dos entrevistados. Comodidade aparece em segundo lugar, seguida por promoções, variedade de produtos e entrega rápida.
As barreiras, porém, seguem presentes. Quatro em cada dez entrevistados têm medo de fraude. Outros 24% afirmam não confiar na compra online. Frete elevado, prazos longos e dificuldade na troca de produtos também influenciam negativamente a decisão de compra.
A pesquisa reforça que o comércio eletrônico segue avançando, mas precisa enfrentar desafios estruturais e de percepção para ampliar sua presença entre diferentes gerações e perfis de renda.