A Visa divulgou a segunda edição de 2025 do seu Relatório Semestral de Ameaças, que identifica cinco forças responsáveis por transformar o cenário da segurança dos pagamentos em nível global. O estudo foi elaborado pela equipe de Risco e Controle do Ecossistema de Pagamentos da companhia, com base em dados e inteligência extraídos da rede global da empresa.

Segundo a Visa, as operações criminosas deixaram de ser pontuais e passaram a operar com velocidade, escala e sofisticação semelhantes às de empresas de tecnologia.
Para Paul Fabara, líder global de Riscos e Serviços ao Cliente da Visa, houve uma mudança estrutural no modo como a fraude atua. Ele afirma que criminosos agora constroem infraestruturas reutilizáveis e conduzem operações sistemáticas em larga escala, o que exige novas abordagens de defesa por parte do setor.
Cinco forças que moldam o novo cenário de risco
O relatório destaca cinco vetores principais de transformação das ameaças no ecossistema de pagamentos:
1. Industrialização das fraudes com o uso de botnets, identidades sintéticas, scripts prontos e ferramentas de inteligência artificial que permitem ataques simultâneos e altamente escaláveis.
2. Manual da monetização é uma estratégia em que criminosos atuam de forma gradual para acumular credenciais roubadas, ampliando o alcance das fraudes e reduzindo as chances de detecção.
3. Crise de autenticidade marcada pela disseminação de falsificações sofisticadas de identidade e conteúdo sintético, que dificultam a validação de transações e comunicações legítimas.
4. Erosão dos controles tradicionais de segurança, a Visa aponta que mecanismos legados vêm sendo sistematicamente testados e contornados à medida que falhas são identificadas e exploradas.
5. Vulnerabilidade de terceiros como um risco crescente. A interconexão do ecossistema de pagamentos amplia o efeito cascata de incidentes, especialmente quando fornecedores externos são comprometidos. Entre janeiro e junho de 2025, ataques de ransomware contra entidades do setor aumentaram 41% em relação ao semestre anterior. Na comparação anual, a distribuição de contas comprometidas em sistemas de gestão de contas cresceu 173%.
IA e novos riscos no comércio digital
Além do relatório, a Visa publicou uma análise complementar sobre o papel da inteligência artificial nas ameaças associadas ao comércio agêntico. Michael Jabbara, vice-presidente sênior de Risco e Controle do Ecossistema de Pagamentos da empresa, afirma que o acesso amplo à tecnologia reduziu barreiras para a atuação de golpistas e ampliou os riscos para consumidores.
A Visa informa que vem trabalhando com parceiros do setor para enfrentar essas ameaças por meio do compartilhamento de inteligência, uso de análises avançadas e estratégias colaborativas de defesa.
Nos últimos cinco anos, a companhia investiu mais de US$ 13 bilhões em tecnologia e infraestrutura, incluindo soluções voltadas à segurança, prevenção a fraudes e gestão de risco em todo o ecossistema de pagamentos.