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Tráfego do e-commerce retrai em junho e Shopee retoma vice-liderança

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

O e-commerce brasileiro registrou queda de 5,4% no volume de acessos em junho de 2025, segundo relatório mensal da Conversion, com base em dados do SimilarWeb. A retração atingiu tanto o tráfego via web (6,2%) quanto via aplicativos Android (2,5%). Ainda assim, o período marcou movimentações relevantes entre os maiores marketplaces do país e sinalizou tendências de comportamento do consumidor digital.

Shopee retoma vice-liderança e tráfego do e-commerce retrai em junho
(Imagem: Envato)

Apesar da retração generalizada, o Mercado Livre cresceu 2% e segue como o maior e-commerce do país, concentrando 13% de todo o tráfego do setor. A Shopee, por sua vez, ultrapassou a Temu e reassumiu o segundo lugar no ranking, com 9,4% de participação. A chinesa Temu, que havia superado a Shopee em maio, caiu para a terceira colocação (8,8%).

A Shein também se destacou ao subir da 7ª para a 5ª posição no ranking geral, superando Samsung e OLX. Já o AliExpress ultrapassou a Magazine Luiza e agora ocupa o 9º lugar.

Abaixo, a lista dos 10 principais e-commerces no Brasil em junho, além de seus respectivos market share (com base na audiência total: mobile, desktop e apps Android):

  • Mercado Livre – 13%
  • Shopee – 9,4%
  • Temu – 8,8%
  • Amazon Brasil – 6,4%
  • Shein – 3,4%
  • OLX – 3,1%
  • Samsung – 2,9%
  • iFood – 2,6%
  • AliExpress – 2,4%
  • Magazine Luiza – 2,3%

O top 10 representa 56% de toda a audiência do e-commerce brasileiro.

Força do mobile

Os dados reforçam o domínio do mobile no e-commerce brasileiro. Em junho, mais de 79% dos acessos a e-commerces vieram de dispositivos móveis. No caso dos marketplaces, os apps foram responsáveis por 30% do tráfego, com a Shopee liderando com 121 milhões de acessos, seguida por Mercado Livre (118 milhões) e Shein (53 milhões).

A liderança da Shopee no ambiente mobile reforça seu posicionamento entre as classes C e D, onde o celular é, muitas vezes, o único canal de acesso à internet. A plataforma também se beneficiou de campanhas promocionais sazonais, como as datas 6.6 e 7.7, que impulsionaram a concorrência entre os grandes players.

Marketplaces em destaque

O setor de marketplaces representa uma fatia significativa do e-commerce nacional e apresentou queda de 4% em junho. Mesmo assim, três empresas — Mercado Livre (34,3%), Shopee (24,8%) e Amazon Brasil (16,8%) — concentram 75,9% do tráfego total da categoria (web + apps).

A Havan foi o destaque entre os dez maiores marketplaces, com crescimento de 3,1% no comparativo mensal. Apesar disso, a composição do top 10 se manteve estável em relação a maio.

O setor de produtos importados apresentou queda de 9,4%, puxada principalmente pela retração da Temu. Ainda assim, Shein, AliExpress, Alibaba e até mesmo o Mercado Livre registraram crescimento. A Shein respondeu sozinha por 45% do tráfego de aplicativos da categoria.

SEO e busca orgânica

O relatório também reforça a importância da busca orgânica como principal canal de aquisição. Cerca de 28,2% dos acessos a e-commerces vêm de buscas não pagas — atrás apenas do tráfego direto. A soma entre busca orgânica e paga representa quase metade de toda a audiência digital do setor, evidenciando a relevância da presença otimizada em plataformas como Google, Instagram e até mesmo ChatGPT.