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Singularidade brasileira impacta posicionamento de marcas internacionais, afirma CNN

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

Mulher frustrada em frente ao computador com papeis amassados ao lado
Imagem: reprodução

O consumidor brasileiro vem dificultando a vida de muitas marcas internacionais que desembarcam no país. Diversos varejistas não compreendem em profundidade as características dos consumidores e por conta disso uma série de processos de recuperação judicial começaram em 2024. 

O exemplo mais recente, segundo a CNN, foi a franquia de fast food Subway. Ao lado desta, Starbucks – do mesmo grupo –, Dia e até mesmo a Marisa, tem enfrentado dificuldades com suas receitas. 

Ulysses Reis, especialista em varejo da Strong Business School, detalha que em 1998 houve uma forte desvalorização do real, barateando a entrada de redes estrangeiras no país. A rede Dia, por exemplo, iniciou suas operações por volta desse ano, tendo aberto sua primeira loja no Brasil em 2001. 

“O que aconteceu é que muitas dessas redes que chegaram por volta desse período não conseguiram entender o perfil do consumidor brasileiro”, esclarece Reis.

Uma cultura única

Outro fator de importância para o professor foi a falta de aprofundamento cultural por parte das empresas. O especialista acredita que as empresas precisam se adequar às mudanças do mercado de consumo, focando, especialmente, nas inovações. 

“O Carrefour, por exemplo, antes de entrar em um país, manda 12 ou mais famílias com perfis diferentes para passarem de cinco a sete anos conhecendo a cultura, por isso ele se adequou melhor à cultura nacional”, declara.

Segundo o especialista, atualmente, o momento das empresas deve ser de reposicionamento e mudança na filosofia. “Muitas empresas estão sendo punidas por esse descuido e por achar que os consumidores os adoram. Não é bem isso. Os consumidores não estão adorando, eles estão buscando novas opções”, conclui.

Previsões de mercado

De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo, entre fevereiro e abril de 2024 as vendas do varejo restrito devem recuar, aproximadamente, 1,7%. 

A pesquisa Projeção de Vendas Ibevar-FIA Business School, ainda projeta que o varejo ampliado – que leva em consideração veículos e material de construção – deve sofrer uma queda substancialmente maior, totalizando 3,4%. O executivo reitera: “as condições, no contexto mais amplo, não são absolutamente favoráveis, como os números revelam”.

Dentre os 11 segmentos avaliados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE), entre janeiro e março de 2024, seis apresentaram queda.

A pesquisa alerta que para o período de fevereiro e abril deste ano, nove segmentos tem previsão de redução: tecidos e vestuário (-14,3%), material para escritório (-6,9%), artigos de uso pessoal (-6,1%), livros e papelaria (-6,0%), veículos (- 4,9%), móveis e eletrodomésticos (-4,2%), artigos farmacêuticos (- 1,7%), supermercados (-1,2%) e material de construção (-0,09%).

Fonte: CNN