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Setor de serviços e MPEs são os que mais sofrem com pedidos de recuperação judicial, mostra Serasa Experian

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

De acordo com um levantamento produzido pelo Indicador de Falência e Recuperação Judicial da Serasa Experian, os pedidos de recuperação judicial registraram uma alta de 68,7% em 2023 em comparação a 2022. Ainda segundo o relatório, esse é o maior número registrado desde 2020, ano de início da pandemia de Covid-19. Além disso, o setor de serviços foi o que mais solicitou as recuperações.

Ao total, de janeiro a dezembro de 2023 foram registrados 1.405 pedidos. Confira o gráfico abaixo:

Para explicar o ocorrido, Luiz Rabi, especialista em economia da Serasa Experian, conta que essa mesma alta nos pedidos foi vista em 2017 e em 2018. “O ano passado foi marcado por um recorde de inadimplência das empresas, influenciando significativamente o panorama da recuperação judicial. Embora os sinais de melhoria tenham começado a surgir, como a queda da inflação e das taxas de juros, a reação no cenário de recuperação judicial mostra-se mais lenta”, completa ele.

Serviços e micro e pequenas empresas sofreram mais

Como é possível observar na tabela a seguir, o setor de serviços foi o que mais sofreu um golpe pior e foram feitos 651 pedidos de recuperação judicial. Em seguida, o comércio aparece com 379 solicitações.

Além disso, as micro e pequenas empresas (MPEs) foram as que mais se viram em uma situação delicada, com 939 pedidos vindos desta categoria. Entre os médios negócios a taxa cai drasticamente (331) e ainda mais para os de grande porte (135).

Pedidos de falência

Por fim, as solicitações de falência chegaram a uma alta de 13,5%, com 983 pedidos registrados em 2023 ante aos 866 vistos em 2022. Novamente, foram as MPEs que puxaram a alta, com uma parcela de 546 pedidos. Médias (231) e grandes (206) companhias seguiram com parcelas mais brandas. Serviço (373) encabeça mais uma vez a dolorosa realidade de fechamento, seguido por indústria (311), comércio (292) e primário (7).