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Para Patrícia Bonaldi, protagonismo da mulher global traduz identidade da marca

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Durante a tarde do Congresso E-Commerce de Luxo 2025, Patrícia Bonaldi, fundadora e CEO da PatBo, compartilhou a trajetória da marca e os desafios da internacionalização no setor. Ela destacou a linha tênue entre empreendedora e criativa. “Meu coração acelera com o produto, é uma parte que eu gosto muito, sou obcecada”, disse.

Patricia Bonaldi durante o Congresso E-commerce de Luxo (Imagem: Carol Guasti/Divulgação)

Formada em patologia e estudante de Direito antes de se dedicar à moda, Patrícia começou sua jornada de forma experimental até lançar a Patricia Bonaldi. A artesania foi o ponto de partida para conquistar o mercado internacional.

“Comecei a exportar levando o bordado, pois no mercado dos EUA não é comum. Isso é feito no Brasil, em Uberlândia, por mulheres que ensinei esse trabalho manual na escola de bordado”, explicou. O projeto capacita mão de obra para atuar em ateliês próprios, criar marcas ou prestar serviços para a PatBo.

Hoje presente em mais de 26 países, a estilista reforçou sua estratégia de enfoque na mulher global. “Não é viável ter uma coleção para cada país diferente. É local, mas se traduz globalmente. Você vê na Saks em NY, por exemplo”.

Ao lembrar o momento em que celebridades como Beyoncé, Alicia Keys e Jennifer Lopez usaram suas peças, Patrícia contou seu espanto. Para ela, o produto deve se impor por qualidade e identidade. “Meu produto tem que vencer, não é necessário pagar para que as pessoas vistam”.

Sobre a experiência de estar no New York Fashion Week (NYFW) representando o Brasil como única marca nacional, ela ressaltou a importância da coletividade. “É uma vitória de muitas pessoas, viver coletivo, como se seus sentimentos fosse o dos outros. É muito poderoso”. O orgulho da equipe e a valorização do que é feito no país foram pontos centrais de sua fala. “Temos que resgatar nossa dignidade e orgulho”.

Patrícia também apresentou o projeto social Bordando Sonhos, que atende de 15 a 20 alunos com cursos que vão além do bordado, incluindo estamparia e modelagem. “Quero que o instituto seja uma ponte para quem quer mergulhar no mercado. Se eu tivesse aprendido, teria pulado várias etapas”, afirmou. A iniciativa busca profissionalizar e amadurecer a moda no Brasil, aproximando o setor do patamar já alcançado em outros países.