Durante o iFood MOVE 2025, em São Paulo, o iFood anunciou investimentos diretos de R$ 17 bilhões para o período entre abril de 2025 e março de 2026. O montante representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores, quando a empresa investiu R$ 10,3 bilhões em 2024 e R$ 13,6 bilhões em 2025. Os recursos serão destinados principalmente ao crescimento do tráfego na plataforma, aumento da frequência de compras e expansão dos segmentos de atuação.
Além disso, a companhia pretende reforçar sua área de tecnologia e inovação. Atualmente, o iFood possui mais de 190 modelos proprietários de inteligência artificial (IA), utilizados para otimizar consumo, vendas e entregas. Parte dos recursos também irá para crédito aos restaurantes parceiros, apoiando o crescimento desses comerciantes.
O CEO do iFood, Diego Barreto, ressaltou que superar R$ 10 bilhões de investimento pelo terceiro ano consecutivo demonstra o crescimento sustentável da operação, gerando impacto positivo para a economia e fortalecendo parceiros.
Expansão de equipe e impacto social
Com esse plano, o iFood planeja aumentar em 19% sua equipe, ultrapassando 8.600 colaboradores até março de 2026. Desses, 1.100 serão novas contratações, sendo mais da metade destinadas a profissionais da área de tecnologia.
A empresa projeta ainda uma remuneração total de R$ 5,2 bilhões para entregadores parceiros no período, aumento de 27% em relação ao ano anterior. A renda mensal desses profissionais, para quem trabalha acima de 90 horas mensais, pode variar entre 1,8 e 4,1 vezes o salário mínimo mensal, dependendo das horas trabalhadas.
Impacto econômico no Brasil
Uma pesquisa inédita da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), também divulgada no iFood MOVE 2025, revelou que as operações do iFood movimentaram R$ 140 bilhões em 2024, representando 0,64% do PIB nacional. O valor é superior ao PIB de estados como Rio Grande do Norte (R$ 105 bilhões), Paraíba (R$ 101 bilhões), Alagoas (R$ 100 bilhões) e Piauí (R$ 84 bilhões).
O estudo também mostrou que o iFood gerou mais de 1 milhão de postos de trabalho diretos e indiretos em 2024, quase 1% da população ocupada brasileira. Para os restaurantes parceiros, houve um aumento médio real de 17,6% nas vendas entre 2022 e 2024, descontando a inflação. Esses estabelecimentos cresceram 2,3 vezes mais que a média do setor, segundo o IBGE, com 38% dos pedidos vindos de novos consumidores.
Os restaurantes parceiros também registraram aumento de 6,9% no número de empregos formais após ingressarem na plataforma, chegando a 10,2% entre os estabelecimentos de menor porte.
Concorrência no setor
Os investimentos do iFood acontecem em um cenário de forte concorrência. Recentemente, a chinesa Keeta (Meituan) anunciou que vai iniciar suas operações no Brasil, enquanto a 99Food, do grupo DiDi, retomou atividades após pausa desde janeiro de 2023.
A Keeta quer disputar a alta concentração de mercado do iFood, que detém cerca de 90% de participação no setor, e no crescimento anual de 20% do mercado brasileiro, projetado para se tornar o quarto maior mundial até 2030.
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