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Galpões logísticos avançam com impulso do e-commerce

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

O mercado brasileiro de condomínios logísticos de alto padrão manteve o ritmo de crescimento no terceiro trimestre de 2025. O principal motivo, segundo a pesquisa First Look, da JLL, foi a demanda do varejo e e-commerce. Por conta disso, a taxa de vacância nacional permaneceu estável em 7,7%, enquanto a absorção líquida acumulada no ano atingiu 2,2 milhões de m². Este é o indicador de que o setor segue aquecido mesmo com o avanço das novas entregas.

Galpões logísticos avançam com impulso do e-commerce
(Imagem: Envato)

O preço pedido médio nacional chegou a R$ 30,30 por metro quadrado, alta de 11% em 12 meses. No total, foram entregues 2,1 milhões de m² de novo estoque em 2025, sendo 850 mil m² apenas entre julho e setembro.

De acordo com André Romano, gerente da divisão Industrial e Logística da JLL, o segmento segue resiliente. “O varejo e o e-commerce continuam como protagonistas das ocupações, impulsionados pela busca por ativos com melhor localização, padrão construtivo e capacidade logística. Mesmo com o volume expressivo de novos projetos, o mercado mantém bons níveis de atividade e vacância controlada”, afirma.

Recorte regional

Com 225 mil m² de novo estoque no trimestre, o equivalente a 27% do total nacional, São Paulo se mantém como o principal polo logístico do país. No acumulado de 2025, o estado já soma 913 mil m² entregues. A taxa de vacância paulista recuou de 8,7% para 7,8%, enquanto o preço pedido médio alcançou R$ 33,50/m², alta de 14% em um ano — desempenho acima da média nacional e dos índices inflacionários como IGPM, IPCA e INCC.

Entre os destaques regionais estão Cajamar, Campinas e Guarulhos, impulsionadas por novas operações de grandes varejistas. A Shopee protagonizou a maior locação do trimestre, com mais de 88 mil m² no GLP Bandeirantes I, em Cajamar. Outros players como Mercado Livre, Correios e Grupo Chama Supermercados também contribuíram para o avanço da ocupação no estado.

Em outras regiões, Minas Gerais adicionou 113,6 mil m² ao estoque e registrou vacância de 7,6%, ainda abaixo do patamar de 2024. Santa Catarina recebeu 149,9 mil m² no trimestre e segue com uma das menores taxas do país, em 5,5%. Também houve entregas no Distrito Federal, Bahia e Espírito Santo, reforçando a dispersão geográfica dos investimentos logísticos.

Projeções

A JLL projeta que o setor pode encerrar 2025 com recorde de absorção bruta e líquida, caso o ritmo de locações seja mantido no último trimestre.

“O quarto trimestre costuma ser um período forte, e esperamos números expressivos para fechar o ano”, afirma Rafael Picerni, especialista da área de Pesquisa e Estratégia da consultoria.