O ativo invisível que vai redefinir o e-commerce
Em 2012, um pouco antes de a minha filha caçula nascer, fui convidado pelo meu amigo francês, Olivier Grinda, para entrar como sócio e CMO da Shoes4You, a primeira empresa de fast fashion por assinatura no Brasil.

A inspiração chegou da ShoeDazzle, uma startup gigante nos EUA que vinha crescendo a grandes passos. A aposta era ousada: oferecer moda por assinatura mensal para mulheres brasileiras, entregando sempre novidades. No papel, o plano parecia perfeito. Mas como disse Mike Tyson: “Todo mundo tem um plano, até levar o primeiro soco.”
E o nosso soco veio rápido. Na ânsia de crescer, investimos pesado em estoque. Mais produtos significariam mais ofertas. Mais ofertas resultariam em mais compras. E, para minha área de marketing, tudo ia dar certo. Right? Wrong!
Descobrimos, da forma mais dolorosa possível, que o inimigo invisível do varejo não é a escassez de mercadorias – é a escassez de dados.
Não faltava produto. Faltava inteligência para entender o cliente, antecipar preferências, lidar com cobranças, ter transparência com os bancos, alinhar compras com demanda real, entre outros “bons problemas”.
Essa lição me acompanhou desde então: estoque ocupa espaço; dados criam valor. E hoje, em 2025, na era da IA na veia, esse aprendizado faz ainda mais sentido. É aqui que nasce o IKL – Infinite Knowledge Legacy: a evolução natural da inteligência nas empresas.
O cérebro que não desliga
Empresas de e-commerce convivem com dores prováveis e recorrentes:
– Turnover que tende a levar práticas valiosas embora.
– Sistemas fragmentados que raramente conversam entre si.
– Erros repetidos porque não raramente existe memória consolidada.
O IKL ajuda a resolver tudo isso. Ele desenha o plano e os traços para capturar, organizar e perpetuar a inteligência estratégica de uma empresa e a transforma em infraestrutura cognitiva viva, consultável em tempo real.
E mais: num formato “1 to many to 1”. Ou seja, uma mente master da empresa pode falar com muitos ao mesmo tempo, mas sempre em formato individual, um-a-um. É escala infinita sem perder a personalização.
Não estamos falando de um BI sofisticado. Estamos falando de algo mais profundo: um segundo cérebro corporativo.
Se o e-commerce foi a digitalização do consumo, o IKL é a digitalização da inteligência organizacional.
O primeiro IKL do mundo nasceu no Brasil
Aqui está um fato histórico que merece registro: o primeiro caso de IKL reconhecido como tal no mundo nasceu no Brasil.
A Level Group lançou a mente digital de seu CEO, consolidando quase duas décadas de expertise em supply chain, strategic sourcing e procurement.
Não é um chatbot. Não é um manual interativo. É um legado cognitivo corporativo: práticas, benchmarks, insights e análises estratégicas perpetuadas além da limitação humana, disponíveis sob demanda para toda a organização e além.
O lançamento foi apresentado durante o evento Fair Trade Connection, para mais de 200 pessoas.
Não foi apenas uma demonstração tecnológica: foi o nascimento de uma nova era para empresas que querem ganhar em inteligência e levá-la além do tempo e do espaço.
O impacto no e-commerce: de funil a legado
Durante anos, o e-commerce mediu sucesso em métricas como último clique ou, mais recentemente, atribuição multi-touch. Mas, com o IKL, o jogo começa a mudar e talvez seja até outro esporte.
Não é mais só sobre mapear jornadas. É sobre preservar inteligência:
– Do operacional ao estratégico: cada decisão bem-sucedida pode se tornar parte da base cognitiva da empresa.
– Do curto prazo ao longo prazo: conhecimento não precisa desaparecer em crises, desligamentos ou mudanças de sistema.
– Do dado bruto ao ativo corporativo: o IKL transforma informação dispersa em patrimônio cognitivo mensurável.
Imagine o valuation de um e-commerce em que, além de estoque e GMV, investidores avaliam o valor da mente master digital da empresa.
Como se preparar para essa virada
Se você vende online, a provocação é direta: seu estoque pensa ou apenas ocupa espaço?
Alguns passos prováveis para se preparar:
1. Mapear o conhecimento crítico: práticas, metodologias e insights que sua empresa não pode perder.
2. Integrar sistemas: nutrir o IKL com dados bons, limpos e estruturados de CRM, ERP, logística, canais de atendimento, campanhas e muito mais.
3. Treinar times para cointeligência: humanos e mente digital colaborando em tempo real.
4. Governança e ética: estruturar políticas seguras e transparentes para proteger esse novo ativo.
O futuro: quem não abraçar o IKL pode ficar estático
O IKL não é um “nice to have”. Provavelmente será o próximo padrão competitivo do varejo.
Assim como sites, CRMs e chatbots foram diferenciais no passado, o IKL tende a ser pré-requisito de sobrevivência, e talvez o próximo passo para a perpetuidade das empresas.