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Fulfillment que gera margem: como um warehouse estruturado transforma logística em lucro

Por: Carolina Soares

Diretora de Novos Negócios na Infracommerce

Carolina Soares é uma profissional apaixonada por pessoas, tecnologia e processos — e acredita fortemente na força que nasce da união desses três pilares. Com mais de 25 anos de experiência no ecossistema digital, teve o privilégio de atuar em grandes implantações, liderar projetos inovadores e colaborar com mentes brilhantes do e-commerce brasileiro. Ao longo de sua trajetória, construiu parcerias estratégicas e formou times de alta performance, sempre com foco em resultados consistentes e na excelência da experiência do cliente. Sua motivação está em transformar ideias em entregas reais, gerando valor por meio da conexão entre tecnologia e vendas, sustentada por processos bem definidos e times engajados. Para Carolina, a execução precisa estar alinhada à visão de negócio e orientada por dados — sem perder o olhar humano que fortalece relações duradouras. Mãe de três filhos, Jonas (18), Luca (11) e Tomás (8), uma criança autista que a ensina diariamente sobre respeito, inclusão e empatia, Carolina encontra na maternidade uma fonte constante de inspiração e propósito. É esse olhar que reforça seu compromisso em construir um legado do qual seus filhos tenham orgulho. Transformar negócios com propósito, colaborar com pessoas e gerar impacto positivo: esse é o caminho que guia sua atuação.

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A logística só gera resultado quando o centro de distribuição funciona como um organismo vivo: preciso, integrado e orientado à performance. No fim do dia, eficiência é margem, e um warehouse bem estruturado é o divisor entre operações que escalam e operações que apenas sobrevivem.

Caixas de papelão em esteira rolante dentro de um centro de distribuição logístico.
Imagem: Freepik.

No Brasil, esse avanço já é visível. O Mapa da Logística 2025 (Loggi) mostra que, só no primeiro trimestre, foi registrada uma entrega a cada sete segundos, com 55% sendo enviadas em até três dias úteis. Isso é reflexo direto de malhas distribuídas, planejamento inteligente e decisões guiadas por dados.

A Mordor Intelligence também projeta essa expansão, estimando o mercado brasileiro de frete e logística em US$ 111,11 bilhões em 2025, com expansão até 2030. Um cenário de transformação acelerada, sustentado por tecnologia, previsibilidade e excelência operacional. Mas, então, o que é preciso para alcançar a eficiência de fato?

Processos que reduzem custos e evitam gargalos

Dentro de um CD, cada etapa impacta diretamente o resultado: um recebimento organizado evita retrabalho, a armazenagem adequada reduz perdas, a gestão de estoque precisa evita rupturas e um bom fluxo de picking e packing acelera a expedição. Quando essas engrenagens funcionam juntas, a logística deixa de ser centro de custo e passa a gerar margem.

Os dados confirmam essa realidade. A pesquisa “Rota do E-commerce 2025” (Loggi/Opinion Box) mostra que 67% das PMEs ainda gerenciam sua própria logística sem estrutura profissional, aumentando falhas e custos. Além disso, 42% apontam a logística como prioridade para crescer, impulsionados pela busca por prazos melhores e menores despesas. O recado é simples: eficiência logística virou fator decisivo de competitividade.

Localização estratégica é decisão financeira

A escolha da localização do CD vai muito além do mapa: é um cálculo de impacto direto na rentabilidade. Instalar a operação próxima aos grandes mercados consumidores reduz lead time e custo final do frete. Já atuar em regiões com incentivos fiscais, como Extrema (MG) ou Serra (ES), amplia competitividade com ICMS reduzido, créditos presumidos e uma malha logística mais eficiente. Isso permite preços mais agressivos e previsibilidade para escalar sem pressionar a margem.

Infraestrutura inteligente: o armazém como arquitetura financeira

A infraestrutura do warehouse também precisa ser tratada como engenharia de custo. Estruturas verticais e horizontais adaptadas por categoria, áreas climatizadas, salas cofres, armazenagem híbrida para diferentes perfis de produto e inventários rotativos contínuos garantem acuracidade e reduzem desperdícios. Afinal, espaço mal aproveitado é capital queimado, e um CD bem planejado devolve eficiência e rentabilidade para a operação.

Tecnologia integrada: o coração da eficiência

Quando olhamos para tecnologia, o OMS orquestra a jornada do pedido, acionando WMS, sistema fiscal, transportadoras, antifraude e SAC. No WMS, o endereçamento, o picking, o packing e a conferência são executados com total rastreabilidade. Enquanto isso, o ERP fecha o ciclo fiscal sem gargalos.

Toda essa engrenagem só funciona porque existem integrações sólidas (APIs, middleware, gateways) conectando todo o ecossistema. Sem isso, um CD se torna lento, caro e propenso a falhas, exatamente o oposto do que uma operação escalável precisa.

BI e previsão de demanda: onde a margem realmente nasce

Dados históricos, combinados com IA e modelos preditivos, permitem definir o nível ideal de estoque por SKU, prever sazonalidades, ajustar compras, planejar campanhas e dimensionar equipes. Aqui, evitar excesso significa não imobilizar capital; evitar ruptura significa não perder venda.

Em logística, previsibilidade é valor. E quando a operação enxerga antes, ela compra melhor, abastece melhor e vende com mais margem.

Gestão de transportes: o último quilômetro da rentabilidade

Na etapa de transportes, o TMS funciona como o centro de comando da malha logística. Em segundos, ele compara custos, SLAs, rotas e performance das transportadoras para escolher a melhor opção para cada pedido. Com volume consolidado, as negociações ficam mais agressivas e o frete cai, possibilitando até estratégias de frete grátis sem sacrificar o resultado.

Roteirização inteligente, auditoria de frete, tracking em tempo real e alternativas de contingência completam a operação, garantindo previsibilidade, eficiência e uma experiência final que fideliza. Afinal, a reputação de uma marca se consolida na porta do cliente.

O fulfillment como motor de crescimento

Quando olho para uma operação de fulfillment, vejo mais do que prateleiras e caixas. Vejo um modelo financeiro sustentado por processos bem desenhados, tecnologia avançada e análise inteligente. Vejo uma cadeia preparada para escalar com eficiência, previsibilidade e rentabilidade. E, acima de tudo, vejo a logística atuando como um braço estratégico do negócio, e não apenas como um custo inevitável.