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Como os meios de pagamento estimulam a educação financeira dos nativos digitais

Por: Giuliana Cestaro

Diretora de Produtos e-commerce da Fiserv no Brasil

Com 20 anos de experiência, sendo 14 deles no mercado de meios de pagamento, tem ampla experiência como consultora de inovação, gestão de produtos digitais e e-commerce. Na Fiserv desde 2020, foi responsável por produtos digitais e liderou a equipe de lançamento da plataforma omnichannel Carat no Brasil, antes de assumir a diretoria de Produtos. Antes de integrar a equipe da Fiserv, atuou por mais de uma década na Cielo, onde foi responsável pela expansão e rentabilização do Portfólio de Soluções, especialmente como líder do setor de e-commerce. Também teve experiências em empresas de outros setores, com passagem pela Tamboré Urbanismo e Mapfre Seguros. É formada em propaganda e marketing pela Universidade Paulista, com pós-graduação em gestão pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e especialização em gestão de e-commerce e marketing digital pela ComSchool.

A digitalização e a grande disponibilidade de meios de pagamento no mercado estão levando à bancarização dos jovens cada vez mais cedo. Buscando entender o comportamento do consumidor, descobrimos que o contato com meios de pagamento e acesso a contas digitais começa antes dos 18 anos: 73% dos brasileiros com filhos menores de idade – os nativos digitais, enquadrados na geração alpha e Z -, já oferecem a eles acesso às instituições financeiras, seja em formato de conta digital (39%), cartão adicional da conta dos pais (24%) ou cartão pré-pago (10%).

A digitalização e a grande disponibilidade de meios de pagamento no mercado estão levando à bancarização dos jovens cada vez mais cedo.

Essa bancarização cada vez mais precoce, em vez de ser um motivo de preocupação dos pais, é uma alternativa para estimular a educação financeira, uma vez que a própria digitalização e a flexibilidade dos meios de pagamento podem ajudar nessa questão. No levantamento realizado pela Fiserv, dos pais que permitem acesso dos filhos a algum tipo de cartão, 74% querem dar autonomia e ensiná-los como gerenciar seu dinheiro; 48% almejam garantir a segurança do seu próprio cartão, evitando que ele seja utilizado por terceiros; e 46% desejam acompanhar e monitorar as despesas de seus dependentes.

Para corroborar essas informações, pesquisa recente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) aponta que 80% dos consumidores brasileiros veem o cartão de crédito como aliado no controle financeiro e 87% deles fazem o pagamento integral da fatura no vencimento. Ou seja, os adultos também usam essa modalidade para controle de gastos.

Inovações nos meios de pagamentos e o e-commerce

No e-commerce, de acordo com a Abecs, os pagamentos via cartão em compras não presenciais somaram R$ 830 bilhões em 2023, uma alta de 13,2% sobre o ano anterior. No débito, foram movimentados R$ 14,3 bilhões, um crescimento de 28,3%, que superou o de outras modalidades de cartão. No crédito, foram movimentados R$ 799,9 bilhões, avanço de 12,8%, e em pré-pagos, R$ 16,6 bilhões, aumento de 24,3%.

Além do Pix, que segundo a pesquisa Carat Insights 2024 é e tende a ser o meio de pagamento mais utilizado nos próximos 12 meses, outras inovações nas formas de pagar têm contribuído para a melhor experiência do consumidor no e-commerce. A exemplo do débito sem senha no valor de até R$ 300 no cartão, também temos a tokenização omnichannel – em que os dados do cartão (independentemente do canal de compra) são substituídos por tokens únicos -, simplificando o processo de adição de cartões, tornando o de pagamento rápido, seguro e livre de preocupações para os usuários.

Seja na loja online ou no estabelecimento físico, o uso do cartão tem provado que não é visto como vilão do endividamento das famílias, segundo a percepção dos consumidores das pesquisas. Entendendo esse cenário, a Abecs, em conjunto com a indústria de pagamentos, começou a implementação do “click to pay”, que será liderado pelas bandeiras, com a expectativa de impulsionar o uso do cartão, especialmente o de débito, no e-commerce.