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Cinco tendências que definirão o retail media no Brasil em 2026

Por: Francisco Larraín

CTO da Topsort

Francisco Larraín é cofundador e CTO da Topsort, plataforma de retail media baseada em IA. Engenheiro elétrico, empreendedor e investidor, tem ampla experiência em tecnologia e inovação. Cofundou a Zappedy, adquirida pelo Groupon, onde liderou a engenharia global.

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A automação e a otimização em tempo real impulsionadas pela inteligência artificial, somadas à integração entre ambientes digitais (onsite e offsite) e experiências em ponto de venda (in-store), se tornarão o novo padrão do setor.

Casal observa tela digital com anúncio de tênis em loja.
Imagem gerada por IA.

O retail media já é uma das principais alavancas da publicidade digital no mundo. Na América Latina, o mercado vem crescendo rapidamente, e o investimento deve passar de US$ 1,84 bilhão em 2024 para US$ 5,45 bilhões em 2028, um aumento de mais de 190% em apenas quatro anos, segundo dados da eMarketer.

No Brasil, a tendência também é de expansão acelerada. Estudos indicam que o país está entre os maiores impulsionadores regionais desse modelo, que vem transformando a forma como marcas e varejistas se conectam aos consumidores por meio de dados e tecnologia.

A seguir, cinco tendências que devem moldar o futuro do retail media em 2026.

1. O retail media como motor da publicidade digital

O retail media já representa uma parcela crescente dos investimentos em mídia digital e tende a se consolidar como um dos principais canais de retorno sobre investimento. No Brasil, o formato deve se fortalecer como o elo entre dados de compra e ações publicitárias, permitindo campanhas mais assertivas e mensuráveis.

2. Inteligência artificial e automação no centro da estratégia

A IA terá papel fundamental na gestão e otimização das campanhas. O uso de algoritmos avançados permitirá automatizar decisões, identificar padrões de comportamento e ajustar lances ou segmentações em tempo real, garantindo mais eficiência e melhor aproveitamento do orçamento publicitário. Em 2026, a inteligência de dados deixará de ser um diferencial para se tornar requisito básico nas estratégias de retail media.

3. Omnicanalidade real: do digital à loja física

A integração entre os ambientes digitais e as lojas físicas deve se aprofundar, proporcionando uma jornada fluida para o consumidor. Anúncios exibidos em plataformas de e-commerce, aplicativos e telas dentro dos pontos de venda farão parte de uma mesma experiência de comunicação, com mensagens consistentes e personalizadas em todos os canais.

4. Publicidade mais ética e sem cookies

O avanço da privacidade digital trará mudanças significativas. O modelo cookieless (sem cookies) deve se consolidar, impulsionando o uso de dados primários (first-party data) coletados diretamente pelos varejistas. Isso permitirá práticas mais transparentes, seguras e centradas no consentimento do consumidor, promovendo um ambiente publicitário mais ético e confiável.

5. Eventos de consumo e parcerias como catalisadores

Datas de alto volume de vendas, como Black Friday, Natal e outras campanhas sazonais, continuarão sendo momentos estratégicos para testar e ampliar o impacto do retail media. Além disso, parcerias entre varejistas, marcas e entidades do setor serão fundamentais para a profissionalização e o amadurecimento do ecossistema no país.

O ano de 2026 deve marcar um ponto de virada para o retail media no Brasil. Com a maturidade tecnológica, a integração de dados e a valorização da privacidade, o país tem potencial para se tornar uma referência regional em publicidade digital orientada por dados.