O Kwai quer transformar a câmera do celular no novo balcão de vendas do Brasil. E não é exagero. Segundo Renan Kfouri, que palestrou durante o Fórum E-Commerce Brasil 2025, diretor de operações da plataforma, o social commerce – modelo de vendas baseado em vídeos curtos e lives – está ampliando o acesso ao varejo digital para públicos antes à margem do e-commerce tradicional.

A base do Kwai comprova isso: 81% dos usuários pertencem às classes B e C, com renda entre R$ 2 mil e R$ 10 mil, e uma maioria expressiva de empreendedores autônomos, 61% são MEIs.
“É uma jornada democrática. Com tempo, criatividade e um celular na mão, qualquer pessoa pode vender pelo Kwai Shopping sem investir em estoque ou estrutura”, disse Kfouri, destacando que o modelo já responde por um crescimento de 2.235% no número de pedidos diários.
A proposta da plataforma é simples: transformar conteúdo em entretenimento e, por consequência, em conversão. Ao contrário de outros canais, onde a compra exige intenção, no Kwai o processo é impulsivo, conectado ao cotidiano e à linguagem de quem está do outro lado da tela. Vídeos curtos, lives interativas e integração com meios de pagamento fazem parte de um ecossistema onde a experiência é fluida, o usuário não precisa sair do aplicativo para concluir a compra.
Nesse modelo, a figura do criador de conteúdo se reinventa. O influenciador não precisa ser famoso: pode ser um vendedor de uma cidade pequena, falando com seu público local de forma autêntica. A honestidade, mais do que a estética, vira argumento de venda. “O vídeo pode até parecer simples, mas a fala do criador conecta. Isso é o que importa”, afirmou Kfouri.
O Kwai também aposta em inteligência artificial para facilitar a entrada de novos vendedores. Vídeos 100% automatizados, com legendas e narração geradas por IA, devem ser lançados em breve, ampliando ainda mais o alcance da ferramenta. A proposta é clara: inclusão social e econômica através do conteúdo.
O papel das lives como motor de vendas
Convidada por Kfouri, Evelyn Marques, fundadora da Star Live, trouxe sua experiência prática com mais de 7 mil horas de transmissões. Pioneira no live shopping commerce no Brasil, ela reforçou que a venda ao vivo é uma evolução acessível das televendas dos anos 80, mas agora com interatividade, rastreabilidade e personalização.

“No Kwai, nós vendemos enquanto entretemos. A live não é um sorteio, não é uma liquidação. É conexão real com o público”, disse Evelyn. A Star Live atua em parceria com a plataforma oferecendo mentoria, capacitação de marcas e gestão de criadores, além de ampliar o alcance de empresas que desejam profissionalizar suas transmissões.
A abordagem de Evelyn é emocional, mas também estratégica: as lives promovem engajamento, criam senso de comunidade e podem operar em múltiplos canais simultaneamente. “Nossa missão não é só formar sellers, mas integrá-los a um time preparado para transformar audiência em resultado”, concluiu.