O papel do marketplace
No cenário de e-commerce, Vargas defende ainda que o marketplace é um ambiente promissor para conseguir vender em momento de crise, sobretudo para lojistas menores. “Pela nossa análise o marketplace vai ser uma ferramenta bastante forte nesse momento de crise”, ele explica. Existe um porém: para que dê certo, é preciso que o marketplace abaixe suas taxas e cobranças de comissão e atuem ao lado dos lojistas para continuarem movimentando o comércio. De acordo com o levantamento realizado pelo Reclame AQUI, muitos consumidores ainda não sabem muito bem o que é o marketplace. Nos últimos 5 anos, este cenário melhorou consideravelmente, mas cerca de 53% dos consumidores entendem o modelo de negócios ao consumir dentro de um marketplace. [caption id="attachment_90914" align="aligncenter" width="915"]

Depois da euforia
Muitos lojistas viram nesse primeiro momento da crise uma oportunidade de aumentar as vendas online. Vargas, no entanto, faz um aviso para a desaceleração das vendas e outros problemas que podem prejudicar o e-commerce, como a falta de produtos — pelo fechamento de fábricas — e dificuldade de realizar a entrega — pela redução da mão de obra nas ruas. Alguns setores, inclusive, já começaram a receber reclamações devido ao coronavírus. O principal deles é o de agências de viagens, seguido de perto pelas companhias aéreas, devido aos cancelamentos e adiamento de viagens. Existe também um fator determinante não atrelado à crise: muitos consumidores consideraram o atendimento ruim ao fazer uma reclamação relacionada ao coronavírus. [caption id="attachment_90918" align="aligncenter" width="663"]
Durante a crise
“A crise não é econômica, mas biológica, com consequências humanas e econômicas”, defende o executivo. E é por esse motivo que a melhor saída é contar com a colaboração das pessoas em sociedade, para minimizar os impactos e descobrir novas maneiras de trabalhar no mercado digital. “É hora do O2O, ou seja, fundir o online com o offline”, completa Vargas. Leia também: O PIX e a Covid-19: qual é o papel do pagamento instantâneo na crise? Com as rápidas mudanças e o crescimento de demanda, muitos tentaram lucrar de maneira ilícita, principalmente com sites falsos se aproveitando a grande procura por alguns produtos, como o álcool em gel. Outros, simplesmente aproveitaram a onda para surfar no mercado digital.Rede de apoio
O próprio Reclame AQUI, caracterizado pela tradicional sigla RA, compromete-se a ressignificar o nome em virtude do momento histórico com palavras de maior esperança: durante a quarentena, o RA vai significar Rede de Apoio em solidariedade aos lojistas. Além disso, o Reclame AQUI se compromete a suspender as avaliações resultantes das reclamações pelo coronavírus durante os próximos 3 meses, para não prejudicar a reputação dos lojistas. Outra medida tomada, junto à organização das lojas, foi estabelecer um pedido de paciência por parte dos consumidores que precisam entender que se trata de uma situação atípica para o comércio. Recomenda-se também que muitos consumidores não solicitem o reembolso ou cancelem compras online referentes à eventos e outras atividades que não poderão ser cumpridas ou sofrerão atraso devido ao isolamento social. A medida visa proteger as empresas durante o período em que estarão inoperantes. Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil.Quer acompanhar os conteúdos do Marketplace Live Edition 2020? Fique por dentro das palestras e matérias sobre os impactos do coronavírus no mercado de e-commerce e marketplace em tempo real. A apresentação usada durante a palestra está disponível para consulta.