Logo E-Commerce Brasil

IA, biometria e preços: como o brasileiro está comprando no fim do ano

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

O uso de inteligência artificial (IA) já faz parte da rotina de consumo de sete em cada dez brasileiros durante as compras de fim de ano. É o que aponta o estudo Holiday Spending Shift Survey 2025, encomendado pela Visa e conduzido pela consultoria Morning Consult, que identificou mudanças no comportamento do consumidor em diferentes mercados globais.

IA, biometria e preços como o brasileiro está comprando no fim do ano
(Imagem: Envato)

De acordo com o levantamento, o Brasil se destaca entre os países avaliados pela rápida incorporação de tecnologias digitais à jornada de compra. Ferramentas baseadas em IA são utilizadas principalmente para pesquisa de produtos, comparação de preços e busca por ideias de presentes, em proporção superior à observada em diversos mercados internacionais.

IA na jornada do consumidor

Entre os entrevistados brasileiros, 43% afirmam usar IA para pesquisar produtos, 33% para encontrar ideias de presentes e 31% para comparar preços ou localizar ofertas de forma automática. Outros 21% dizem receber recomendações de produtos durante compras online.

O estudo também indica crescimento do interesse em delegar etapas do processo de compra à tecnologia, já que oito em cada dez consumidores considerariam permitir que a IA executasse ao menos uma tarefa da jornada, com destaque para a busca pelo melhor preço.

A confiança na eficiência dessas ferramentas também avança. Segundo o levantamento, 64% dos brasileiros acreditam que soluções com IA conseguem encontrar preços melhores do que comparadores tradicionais. Em complemento, quase 60% afirmam que a tecnologia é mais eficiente do que eles próprios para identificar riscos ou compras suspeitas.

No recorte por categorias, os consumidores apontam maior valor no uso da IA para compras de roupas e acessórios (38%), eletrônicos (33%), brinquedos e jogos (29%) e produtos de entretenimento (28%). Dois terços dos entrevistados pretende recorrer à tecnologia para gerar ideias de presentes neste fim de ano, e um quarto afirma que confiaria à IA a escolha de presentes para parceiros ou filhos.

O estudo também mostra que padrões tradicionais seguem influenciando o consumo. Parceiros continuam sendo apontados como os que oferecem os melhores presentes, enquanto crianças são o principal foco de presentear entre os brasileiros.

Novembro como principal mês de 2025

Em relação ao calendário de compras, novembro se consolida como o principal mês com 53% afirmando que iniciam as compras de fim de ano nesse período, percentual superior ao de dezembro (27%) e acima do observado em outros mercados analisados. Isso reforça o peso de eventos como a Black Friday no varejo nacional.

Biometria e segurança

No campo da segurança, os dados indicam ampla adoção de novas tecnologias de proteção. Sete em cada dez brasileiros afirmam ter utilizado biometria para autorizar pagamentos no último ano, e 65% acreditam que o uso exclusivo desse tipo de autenticação deve crescer na próxima década.

Ao mesmo tempo, relatos de tentativas de golpe online levaram consumidores a adotar práticas como evitar o salvamento de dados de pagamento, usar autenticação em duas etapas e priorizar aplicativos considerados confiáveis.

Consumo por experiência e preço

O comportamento de compra em tempo real também aparece com força. Mais da metade dos consumidores brasileiros (53%) acompanha promoções ao vivo e reage rapidamente a estímulos digitais. Além disso, a busca por experiências ganha espaço como forma de presentear, com 40% afirmando que pretendem viajar mais para eventos ao vivo nos próximos anos.

O Holiday Spending Shift Survey 2025 foi realizado entre 14 e 28 de outubro de 2025, com 1.000 entrevistados por país em mercados como Brasil, Estados Unidos, México, Canadá, países da Europa, Ásia, Oriente Médio e África do Sul. As entrevistas foram conduzidas online e os dados ponderados por gênero, escolaridade, idade e raça. A margem de erro aproximada é de um ponto percentual.