A Comissão Europeia reafirmou nesta segunda-feira (15) que trabalha para concluir ainda este ano o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, classificando a iniciativa como de “máxima importância” para o bloco. O posicionamento foi dado por um porta-voz de comércio durante coletiva de imprensa em Bruxelas, em meio ao esforço europeu para reforçar sua política de defesa do livre-comércio.

Livre-comércio como motor de crescimento
O porta-voz afirmou que a União Europeia está “muito empenhada em levar este acordo até a linha de chegada”, destacando que o comércio internacional segue como pilar de competitividade, geração de empregos e estabilidade econômica. Para ele, o bloco está “dobrando a aposta no livre-comércio como fonte de crescimento econômico”, mesmo diante de um ambiente geopolítico mais turbulento.
Segundo o representante, o pacto com o Mercosul tem relevância que ultrapassa ganhos econômicos imediatos. “Estamos falando de reunir dois dos maiores blocos comerciais do mundo”, afirmou. A avaliação é de que a parceria criaria uma plataforma baseada em confiança e regras claras, favorecendo a cooperação em temas globais como clima e segurança econômica.
Entre os argumentos econômicos, o porta-voz destacou que o acordo pode gerar uma economia significativa para empresas europeias. Segundo estimativas do próprio bloco, o tratado permitiria reduzir em cerca de 4 bilhões de euros por ano os custos com tarifas de exportação.
Atualmente, cerca de 60 mil empresas exportam para os países do Mercosul. Metade delas é formada por pequenas e médias empresas, que também devem ser beneficiadas pela eliminação das tarifas.
O representante reforçou ainda que as oportunidades se estendem a diversos setores, incluindo o agrícola. A UE, que mantém um superávit agrícola entre 60 e 70 bilhões de euros, afirma continuar defendendo “de forma robusta suas sensibilidades agrícolas” no contexto das negociações.
Sinal geopolítico e relevância estratégica
Para a Comissão Europeia, a conclusão do acordo enviaria um recado claro ao cenário internacional. O porta-voz afirmou que se trata de “um sinal forte de que acordos baseados em regras ainda oferecem enorme valor” e funcionam como “um porto seguro” em meio às incertezas do comércio global.
A expectativa do bloco é que as tratativas avancem o suficiente para que a assinatura ocorra ainda em 2025, consolidando um dos acordos comerciais mais amplos já negociados pela UE.