As Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil, divulgadas pelo Banco Central (BCB) nesta segunda-feira (10), mostram que o volume de transações no país segue em forte expansão. No primeiro semestre de 2025, foram registradas 72,5 bilhões de operações, somando R$ 59,7 trilhões em movimentações, uma alta de 15,2% em quantidade e 14,5% em volume financeiro na comparação com o mesmo período de 2024.

Os dados foram obtidos no Portal Brasileiro de Dados Abertos, o qual inclui informações sobre o uso de instrumentos de pagamento, o mercado de cartões e os canais de acesso às transações bancárias.
Pix consolida domínio
O Pix manteve a liderança entre os meios de pagamento e avança avanço 27,6% frente ao ano anterior. Com 36,9 bilhões de operações, foi o responsável por 50,9% de todas as transações realizadas no semestre.
Entre as transações liquidadas no Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), 45% ocorreram entre pessoas físicas, 42,1% de pessoas físicas para jurídicas e 12,5% envolveram empresas. As operações com entes do governo representaram apenas 0,4% do total.
Uso de cartões também avança
O mercado de cartões também manteve crescimento, com 24,9 bilhões de operações, equivalentes a 34,3% das transações totais. As modalidades de crédito (+9,7%) e pré-pago (+8,9%) seguiram em expansão, enquanto o débito apresentou leve retração de 0,1%.
O cartão de crédito continua sendo o instrumento com maior volume financeiro dentro das modalidades de cartão, representando 69,3% do total. O número de cartões ativos chegou a 243 milhões na categoria crédito, 159,3 milhões em débito e 74,3 milhões em pré-pago.
TED ainda lidera em volume financeiro
Apesar da dominância do Pix em número de transações, a TED segue na liderança em valor movimentado, com 37,1% do total transacionado no país. O Pix aparece em segundo lugar, com 26,5%, consolidando-se como o meio de pagamento mais popular entre consumidores e empresas.
O boleto bancário também manteve crescimento, com alta de 4,6% no valor transacionado, alcançando 8,1% do total das operações. Já o cheque segue em declínio, com queda de 16,5% e participação de apenas 0,6% no volume financeiro.
Pagamentos por aproximação crescem
O pagamento por aproximação (contactless) segue em expansão. No segundo trimestre de 2025, ele representou 37,5% das transações no crédito, 47,2% no débito e 63,2% no pré-pago.
Enquanto na internet, as compras online responderam por 21,9% das transações com cartão de crédito, 9,8% no débito e 7% no pré-pago. Em volume financeiro, essas operações foram responsáveis por 26,9% do total no crédito.
Pagamentos recorrentes, como assinaturas de streaming e mensalidades, também cresceram: 10,2% das transações com cartão de crédito foram desse tipo. Em 2024, eram 6,5%.
Taxas médias se mantêm estáveis
As tarifas de intercâmbio (TIC) dos cartões se mantiveram próximas aos limites máximos definidos pelo Banco Central: 0,50% no débito e 0,70% no pré-pago. No crédito, a média foi de 1,68%, um leve aumento em relação a 2024 (1,64%).
O crescimento está relacionado à maior emissão de cartões premium (platinum e superiores), que somaram 58,3 milhões de unidades, uma alta de 16,7% no ano.
As taxas de desconto (MDR) cobradas dos lojistas apresentaram leve queda: 2,16% no crédito e 1,08% no débito, confirmando tendência de redução gradual iniciada em 2023.
Saque tradicional cai, Pix Saque se destaca
Os saques em dinheiro continuaram em queda, com redução de 12,7% nas transações. A diminuição foi mais acentuada em agências (-18,2%), caixas eletrônicos (-13,2%) e correspondentes bancários (-11,1%).
Em contrapartida, o Pix Saque apresentou alta de 36,2%, totalizando 7,7 milhões de transações no primeiro semestre.