O boleto bancário, por muito tempo um dos principais métodos de pagamento no comércio eletrônico, vem perdendo relevância de forma acelerada no Brasil. Em 2025, sua participação nas transações online caiu para apenas 3,9%, segundo estudo da GMattos com base em dados do Banco Central. O contraste é significativo diante dos 79,6% registrados em julho de 2021.
O avanço do Pix explica boa parte dessa mudança, impulsionado pela rapidez, conveniência e alta taxa de conversão. A expectativa é que a modalidade ganhe ainda mais espaço com a chegada do Pix parcelado, prevista para setembro deste ano.
Pix amplia liderança nas compras online
Os números reforçam a preferência dos consumidores pelo pagamento instantâneo. A conversão média com o Pix chega a 90%, contra a elevada taxa de desistência do boleto, que deixa metade das compras sem conclusão.
Além disso, o tempo de compensação do boleto, que varia de um a dois dias, representa um desafio para o varejo online, especialmente em setores com preços dinâmicos, como passagens aéreas. Já o Pix garante liquidação imediata, funciona 24 horas por dia e apresenta o menor custo operacional para os lojistas.
“O Pix oferece vantagens claras, como recebimento instantâneo e operação contínua, além de ser o método mais econômico para os estabelecimentos”, afirma Gastão Mattos, CEO da GMattos.
Queda na aceitação do boleto
A redução da aceitação do boleto no comércio eletrônico confirma a mudança de comportamento. Em 2023, apenas 32% das lojas online ainda ofereciam essa forma de pagamento. O cenário reforça a preferência por métodos mais ágeis e alinhados às expectativas de conveniência do consumidor digital.
Futuro do boleto em um mercado dominado pelo Pix
Apesar da retração, o boleto mantém relevância em nichos específicos. Segundo Bernardo Meirelles, head de vendas da fintech Klavi, ele ainda é utilizado em operações B2B por empresas que não migraram integralmente para o Pix.
Mesmo assim, especialistas acreditam que a modalidade pode perder ainda mais espaço com o lançamento do Pix parcelado, que promete unir a agilidade do pagamento instantâneo com a flexibilidade do parcelamento tradicional.
A tendência aponta para um ponto de equilíbrio cada vez menor na participação do boleto, diante de um consumidor que prioriza eficiência e velocidade nas transações financeiras.