A Nestlé afirmou que suspenderá a venda da maior parte de seus produtos na Rússia. No entanto, gigante suíça de alimentos pontuou também que continuará fornecendo itens essenciais à população do país, apesar dos pedidos para que a empresa feche completamente suas operações.
Em um comunicado divulgado em seu site na quarta-feira, a Nestlé disse que retiraria marcas como as barras de chocolate KitKat e o milkshake em pó Nesquik. A empresa disse que se concentraria em fornecer “alimentos essenciais” – como alimentos infantis e nutrição médica – para a Rússia.
O anúncio ocorre em meio à crescente pressão sobre a Nestlé para se retirar da Rússia. Outros gigantes de alimentos e varejo, como Starbucks, Coca-Cola e Heineken , suspenderam as operações na Rússia nas semanas seguintes ao ataque à Ucrânia, deixando a Nestlé como uma das poucas empresas ocidentais que ainda operam lá.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, criticou a gigante suíça de alimentos por usar “táticas baratas de Relações Públicas” para defender sua decisão de continuar negócios na Rússia em um endereço postado no Telegram, na última sexta-feira (18). O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, tuitou que conversou com o CEO da Nestlé, Mark Schneider, sobre as operações comerciais contínuas da empresa na Rússia, alegando que o CEO não mostrou “nenhum entendimento”.
A Nestlé defendeu sua posição nesta quarta-feira (23) por meio de nota:
“Esta abordagem está de acordo com nosso propósito e valores. Ela defende o princípio de garantir o direito básico à alimentação. Já interrompemos as importações e exportações não essenciais para dentro e fora da Rússia, interrompemos toda a publicidade e suspendemos todos os investimentos de capital no país. É claro que estamos cumprindo integralmente todas as sanções internacionais contra a Rússia”
A empresa acrescentou que doaria quaisquer lucros que obtivesse no país para organizações humanitárias.
Nestlé: cenário
A Nestlé interrompeu no início deste mês os embarques de produtos como cápsulas de café Nespresso e água mineral San Pellegrino para a Rússia, informou a Bloomberg. A pressão sobre a gigante de alimentos também vem crescendo fora dos círculos governamentais. Os apelos para um boicote à marca estão circulando online, inclusive do grupo ativista Anonymous.
A varejista de alimentos tem seis fábricas e emprega mais de sete mil pessoas na Rússia. A empresa arrecadou US$ 1,8 bilhão em receita no ano passado da Rússia, o que representou 2% da receita total da empresa em 2021, conforme dados publicados pela Bloomberg.
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Fonte: Business Insider