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Anúncios fraudulentos podem representar até 10% da receita da Meta

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

Documentos internos obtidos pela Reuters revelam que a Meta estima que cerca de 10% de sua receita anual seja proveniente de anúncios fraudulentos ou produtos proibidos, o equivalente a quase US$ 16 bilhões. Os registros indicam ainda que, por pelo menos três anos, bilhões de usuários das plataformas da companhia foram expostos a esse tipo de publicidade.

Anúncios fraudulentos podem representar até 10% da receita da Meta
(Imagem: Unsplash)

Relatórios internos apontam que usuários de Facebook, Instagram e WhatsApp visualizam, diariamente, cerca de 15 bilhões de anúncios com indícios claros de fraude. Entre os tipos de conteúdo, estão:

  • Campanhas falsas de comércio eletrônico e investimentos;
  • Cassinos online ilegais;
  • Venda de produtos médicos proibidos.

A Meta só bloqueia anunciantes quando seus sistemas automatizados atingem ao menos 95% de certeza de que há fraude. Nos demais casos, aplica penalidades financeiras, como o aumento das taxas de publicidade.

Dificuldades

Os documentos indicam que o sistema de personalização de anúncios da companhia contribui para a recorrência desse tipo de conteúdo, já que usuários que clicam em anúncios fraudulentos tendem a receber mais anúncios semelhantes. Relatórios produzidos entre 2021 e 2025 por equipes das áreas financeira, segurança, relações governamentais e de engenharia mostram que a empresa chegou a estabelecer a meta de reduzir esse tipo de publicidade em até 50% até 2025.

Segundo a Meta, nos últimos 15 meses, as denúncias de usuários relacionadas a anúncios de golpes caíram mais de 50%, e mais de 134 milhões de conteúdos fraudulentos teriam sido removidos no período. A empresa afirma que utiliza o feedback dos usuários para aprimorar sistemas de detecção proativa desse tipo de conteúdo.

Ações da Meta

Procurada, a gigante afirmou que os documentos vazados apresentam uma visão distorcida de suas ações e reforça que intensificou os investimentos em segurança e no combate a golpes.

No Brasil, a Meta informou que, a partir deste mês, passa a exigir de forma gradual que anunciantes que tenham como alvo usuários no país realizem verificação adicional, indicando quem se beneficia e quem paga pelos anúncios.