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Evoluir não é mais suficiente: Nestlé destaca o papel do aprendizado na Transformação Digital

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Em um mundo digital, a Nestlé acredita que a nova realidade das grandes empresas é a de transformações constantes

A Nestlé é uma empresa global de grande porte e que existe há mais de 100 anos. Para continuar relevante, ela precisa se adaptar a um mundo digital. Mas para a companhia, não basta realizar pequenas mudanças e ter presença online.

Renate Giometti, líder de inovação e novos negócios da Nestlé, defendeu que não é suficiente evoluir aos poucos, mas sim promover transformações completas. Ela falou na palestra “Transformação Digital e Inovação: como ser disruptivo e transformar uma companhia como a Nestlé e qual a importância do e-commerce neste aspecto” no Fórum E-Commerce Brasil 2022.

Renate Giometti, líder de inovação e novos negócios da Nestlé, no Fórum E-Commerce Brasil 2022

Renate Giometti, líder de inovação e novos negócios da Nestlé, no Fórum E-Commerce Brasil 2022

A líder explicou que com cada vez mais marcas nativas digitais, as indústrias tradicionais precisam de alterações profundas e rápidas para minimizar um descompasso entre a marca e as pessoas.

“É importante de fato entender que estamos a frente de uma realidade que não é mais sobre pequenas evoluções, então é muito importante ter a mentalidade de transformação”, disse.

A executiva apontou que a velocidade das pessoas é muito maior do que das companhias, que não são capazes de acompanhar apenas com pequenos passos.

Ela ainda detalhou que a transformação digital não pode acontecer apenas na ponta, ou seja, na forma como é feita a venda. Segundo a líder de inovação, na Nestlé as mudanças são implementadas em toda a cadeia de produção, que começa no campo e termina no pós-consumo, com iniciativas de sustentabilidade.

Nesse cenário, Giometti concluiu que todos os negócios devem se engajar no aprendizado. Isso significa que ela acredita ser necessário que as empresas saiam de uma lógica de comando e controle e passem para uma lógica de aprendizado contínuo.

Um processo que começou em 2018

A executiva disse que a mudança na Nestlé não tem uma data exata de início, mas afirmou que a empresa considera que o movimento começou de forma organizada em 2018. Antes disso, existia uma série de iniciativas isoladas que datam de pelo menos dois anos antes.
Quatro anos atrás a empresa decidiu mapear todas essas iniciativas e estruturá-las de forma estratégica para obter resultados mais concretos, ágeis e conectados.

Desse processo, surgiu uma série de produtos em todas as etapas da cadeia produtiva. Um exemplo é o Teo, uma inteligência artificial que tira dúvidas sobre plantio do cacau e fortalece relação da Nestlé com agricultor.

Outro ponto destacado pela palestrante foi o Panela House, um espaço definido como um Ecossistema de Inovação, onde qualquer pessoa pode ir trabalhar.

O que não pode faltar em uma transformação digital

Para a líder de inovação da Nestlé, há pelo menos dois componentes principais que não podem faltar em uma transformação digital. Em primeiro lugar estão os dados: “não dá para fazer uma transformação digital sem falar de dados e tecnologia”.

Outro ponto destacado é a importância das pessoas. “Não tem como fazer nenhuma transformação dessa magnitude, se a gente não trabalhar mindset, cultura, capacitação, treinamento, reconhecimento. Considerem as pessoas”, afirmou.

Por Sara Baptista, em cobertura especial durante o Fórum E-Commerce Brasil

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