A Meta, empresa responsável pelo Instagram e Facebook, anunciou uma ferramenta de reconhecimento facial para detectar anúncios fraudulentos que utilizam, de maneira indevida, imagens de celebridades para chamar a atenção dos internautas. Anunciada em outubro de 2024, a tecnologia já foi testada em alguns países e agora será ampliada para uso no Reino Unido, na União Europeia e na Coreia do Sul.
Na prática, a ferramenta escaneia a foto de perfil e compara o rosto da pessoa famosa com outros rostos em anúncios enganosos divulgados pela internet. Se a tecnologia detectar e confirmar que se trata do uso impróprio da imagem de uma pessoa, bloqueia automaticamente o conteúdo e classifica como suspeito.
De acordo com David Agranovich, diretor de ameaças cibernéticas da Meta, as celebridades no Reino Unido e na UE começarão a receber notificações nas próximas semanas que permitirão optar pelo uso da ferramenta de proteção “celeb-bait” com tecnologia de reconhecimento facial.
“Acreditamos que esta ferramenta nos ajudará a identificar o uso incorreto de imagens de figuras públicas, mesmo que o anúncio utilize inteligência artificial generativa”, acrescentou Agranovich.
Preocupação com privacidade e segurança de dados
Os anúncios falsos que apresentam imagens manipuladas de grandes personalidades são comuns nas redes sociais, seja para anunciar produtos, pedir dinheiro, ou, como acontece muitas vezes, para atrair os usuários a compartilhar dados pessoais. São as famosas “deepfakes”, ou, no caso das celebridades, as “celeb-bait”.
Ainda, a Meta anunciou a integração do reconhecimento facial em suas ferramentas de recuperação de contas para usuários comuns. Aqueles que optarem pela utilização do mecanismo poderão verificar a sua identidade gravando um breve vídeo, caso a conta esteja bloqueada. Essa abordagem pode facilitar o processo de recuperação sem comprometer a segurança dos dados dos usuários.
A big tech ainda enfatizou que os dados faciais serão utilizados somente para este processo de verificação e serão eliminados imediatamente depois.
Além disso, a empresa reforçou que a tecnologia obedecerá estritamente às regulamentações europeias de proteção de dados, buscando tranquilizar os usuários quanto à segurança de suas informações pessoais.
A Meta havia interrompido o uso do reconhecimento facial em suas plataformas em 2021 devido a preocupações com a privacidade, mas, em outubro de 2024, anunciou que restabeleceria a iniciativa para combater anúncios enganosos.