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Índice de confiança no varejo tem a pior queda em quatro anos, aponta FGV

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) da Fundação Getulio Vargas (FGV) atingiu o nível mais baixo em quase quatro anos em fevereiro, caindo 3,8 pontos para 85,5 pontos, o menor valor desde abril de 2021. O economista da fundação, Rodolpho Tobler, atribui essa queda ao pessimismo entre os empresários do comércio, devido às condições de consumo desfavoráveis, como juros altos e inflação crescente.

Tanto o Índice de Situação Atual (ISA) quanto o Índice de Expectativas (IE) caíram também, indicando uma perspectiva negativa tanto para o presente quanto para o futuro. Tobler destaca que esta é a segunda queda consecutiva do Icom, com quedas significativas em janeiro e fevereiro.

Essa tendência de queda sugere que os empresários estão percebendo uma diminuição no ritmo dos negócios em fevereiro, com a possibilidade de que permaneçam fracos nos próximos meses. A demanda tem diminuído e as expectativas não são favoráveis, principalmente devido às altas taxas de juros e à inflação.

“A percepção é de que a demanda tem perdido força nesse início de 2025, e que as expectativas também não são muito favoráveis”, comentou. “Mas era esperado porque, de fato, quando vemos uma taxa de juros muito alta, e uma inflação mudando, são fatores que prejudicam bastante [o consumo]”.

Por consequência, o varejo é particularmente afetado neste tipo de situação, já que os juros mais altos afetam as compras a prazo e a inflação crescente reduz o orçamento das famílias e o ritmo de compras. Diante desse cenário, Tobler não descarta a possibilidade de o Icom continuar caindo, e reconhece que 2025, especialmente a primeira metade do ano, não tem sido favorável para o comércio, sem muitos motivos para se esperar uma reversão da tendência negativa atual.