Durante palestra no primeiro dia de RD Summit 2025, em São Paulo, Walter Longo, sócio-proprietário da Unimark, destacou que a inteligência artificial (IA) está nivelando o campo de competição entre pequenas e grandes empresas e redefinindo a própria natureza da inteligência humana e do marketing.

Segundo o executivo, estamos vivendo uma “migração cognitiva” — um movimento em que a tecnologia não apenas automatiza tarefas, mas muda a forma como as pessoas percebem o mundo e trabalham. “O problema não é a IA pensar por nós, e sim deixarmos de pensar por ela”, afirmou.
O valor das habilidades humanas
Longo defende que, em meio à digitalização crescente, tudo o que não puder ser automatizado ganhará ainda mais valor. “As habilidades humanas passam a ser medidas por heart skills — a capacidade de sermos mais humanos”, disse. Para ele, o futuro da inteligência “não será artificial, mas ampliada”, fruto de uma simbiose entre pessoas e máquinas.
IA como copiloto estratégico
Entre os principais impactos da IA no mercado de trabalho, Longo destacou o aumento da produtividade e a redução de prazos. Ele enxerga a tecnologia como um copiloto capaz de atuar em pontos de atenção, liberando tempo e energia para o pensamento estratégico.
“Vivemos um momento de distração de massa, em que a atenção é escassa e a informação, abundante. Precisamos usar a IA para pensar melhor, não menos”, observou.
O palestrante defendeu ainda o que chama de “leveza estratégica”, um modelo baseado em:
- Inteligência alugada
- Processamento escalável
- Equipes enxutas com competências aumentadas
- Fluxo de caixa livre de infraestrutura pesada
- Custos variáveis, ajustados ao ritmo do mercado
“É um novo paradigma de gestão, em que o tempo é liberado para pensar — e não apenas para fazer”, resumiu.
O novo marketing: dados e frações humanas
Ao abordar os impactos da IA na comunicação, Longo afirmou que o marketing caminha para um modelo mais individualizado e preditivo. “O futuro do marketing é compreender pessoas e suas frações”, explicou. Ele também ressaltou o papel da IA em cruzar informações demográficas, comportamentais, psicográficas e de feedback em tempo real.
“O processo de abordagem mudou radicalmente: mais do que vender produtos, é preciso compreender o indivíduo em suas nuances”, completou.
Para Longo, o modelo não representa o fim da criatividade humana, mas um convite a repensar como ela pode ser potencializada. “A IA não é o problema. O verdadeiro risco está em perder o interesse e a curiosidade que nos tornam humanos”, concluiu.