A geração que engloba os nascidos entre 1997 e 2012 vai dominar os ganhos globais, portanto é preciso entender seus hábitos de consumo
A audiência que tem hoje entre 10 e 25 anos consome conteúdo de uma forma bastante particular. Para Anadege Freitas, diretora de conteúdo e parcerias da Twitch, a palavra-chave para definir essas novas relações é comunidade.
“Hoje em dia, a audiência não quer somente assistir a um conteúdo, ela quer fazer parte”, disse na palestra “Os hábitos de consumo da geração Z e as comunidades na Twitch”, que aconteceu durante o Fórum E-Commerce Brasil 2022.
Ela relatou que 75% da audiência da Twitch, a plataforma interativa de streaming, é composta por millennials e geração Z.
De acordo com a executiva, apesar de ter sido originalmente criada para o streaming de games, os conteúdos não relacionados estão crescendo cada vez mais. Como exemplo, ela mencionou os enormes sucessos de Casimiro e de Cid Cidoso, também conhecido na internet como Cid do Não Salvo.
Com uma audiência crescente e engajada, a Twitch virou uma disputada vitrine para anunciantes. No entanto, Freitas destaca que para vender na plataforma é preciso entender o que funciona ali.
Um estudo realizado pelo Bank of America, publicado em 2020, prevê que até 2030 a geração Z vai ganhar cerca de US$ 33 trilhões, o equivalente a 27% da economia global. A palestrante usou essa estimativa para dimensionar o potencial que os jovens de hoje tem nas plataformas digitais e podem conquistar ainda mais com o passar dos anos.
Como consomem os espectadores da Twitch
A diretora da Twitch apresentou os usuários da plataforma como “compradores sociais”, ou seja, são pessoas que gostam de espalhar a mensagem, compartilhando suas compras e suas avaliações sobre os produtos.
Anadege também os classificou como “early adopters”, o que significa que são pessoas que gostam de experimentar produtos novos e serem os primeiros a testá-los.
Por fim, a diretora da Twitch chamou atenção para o fato de que a geração Z é primariamente digital, portanto, está totalmente adaptada ao e-commerce. Para ilustrar, dados da plataforma de streaming mostram que 76,2% dos usuários fizeram compras online no último mês.
Como vender na Twitch
Diante do perfil traçado, Anadege foi explícita em explicar que conteúdos estabelecidos, fixos, exclusivos, passivos e descompromissados não têm mais espaço e deram lugar a conteúdos autênticos, fluidos, inclusivos, colaborativos e com propósito.
“Para vender na Twitch, é preciso considerar a comunidade como prioridade”, afirmou ela. Além disso, a executiva defende que a plataforma entende que as pessoas querem encontrar outras com quem possam dividir paixões e formas de pensar.
A palestrante destacou que uma ação de marketing bem sucedida precisa entender os valores e comportamentos da audiência, ser interativa, buscar um alto engajamento e ser feita por meio de parcerias que ressoem de fato com os streamers e sua audiência.
Por Sara Baptista, em cobertura especial durante o Fórum E-Commerce Brasil
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