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E-commerce brasileiro cresce 22,7% com faturamento de R$ 75 bi em 2019

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Apesar da instabilidade econômica no Brasil, o e-commerce brasileiro cresceu 22,7% em 2019, faturando R$ 75,1 bilhões, em relação a 2018, segundo o relatório NeoTrust 2ª edição, divulgado nesta sexta-feira (14). O levantamento analisa o varejo digital trimestralmente com base em dados coletados pelo Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado focada em e-commerce, em parceria como E-Commerce Brasil.

Segundo o estudo, o poder aquisitivo do consumidor não variou significativamente no período: o valor médio das compras realizadas foi de R$ 420,40 (aumento de apenas 0,2% em relação a 2018). Portanto, a alta significativa está relacionada principalmente ao volume de pedidos realizados: em 2019, foram feitas 178,5 milhões de compras, valor que representa aumento de 22,5% em relação ao ano anterior.

“O ano de 2019 foi de forte recuperação para o varejo digital. Registramos diversos fatores que impulsionaram o crescimento, com destaque para consolidação do modelo de marketplace no país, maior integração multicanal, além do aumento do número de consumidores que realizaram pelo menos uma compra online”, afirma André Dias, diretor executivo do Compre&Confie.

Esse aumento deve estar relacionado tanto ao número de pedidos – que deve ser de 210,8 milhões, aumento de 18% – quanto ao maior gasto dos consumidores. A companhia estima que o tíquete médio deve aumentar 2%, chegando aos R$ 430,00.

Quem compra mais no e-commerce?

Ainda segundo o estudo, o público feminino foi responsável por 52,1% dos pedidos de compra feitos no país em 2019. Apesar de comprar mais, as mulheres gastaram menos: o gasto médio foi de R$ 371,70 por compra, enquanto os homens gastaram R$ 473,60 em média.

Dias explica que a diferença acontece porque os itens comprados pelos homens costumam ser mais caros do que os comprados por mulheres, sobretudo porque o público feminino adquire mais itens de moda e acessórios, com tíquete médio mais baixo.

Segmentando todos os consumidores por faixa etária, é possível perceber que os que têm entre 36 e 50 anos realizaram o maior volume de compras (33,6% do total dos pedidos feitos durante o ano). Logo atrás, estão os que têm entre 26 e 35 anos, com 31,8% das compras. Por fim, estão aqueles de até 25 anos (19,5%) e aqueles com mais de 51 anos (15,1%).

Na análise por região, é possível notar que o Sudeste é responsável pela maior parte dos pedidos realizados, com 66,2% das compras feitas em território nacional. “Em parte esse percentual se explica porque é a região que concentra a população com maior poder aquisitivo do país”, segundo Dias.

Embora o Nordeste ainda represente 11,9% das vendas no e-commerce brasileiro, é a região que apresentou um crescimento maior nas vendas de 2019 em relação a 2018. Em seguida, estão as regiões Sul (14,1%) e Nordeste (11,9%). Por fim, Centro-Oeste e Norte completam o ranking, com 5,8% e 2% do total de compras realizado, respectivamente.

Frete grátis x frete pago

O frete médio mantém estabilidade e ficou em R$20,63 em 2019. A gratuidade da entrega apresentou inclusive o mesmo número de 2018, segundo o relatório.

Sabe-se que o frete ainda apresenta um papel importante na tomada de decisão do consumidor e influencia a finalização da compra. Portanto, oferecer gratuidade se mostra como uma cultura consolidada no país com participação de 45% nos pedidos.

Ao observar o comportamento dos consumidores na hora de efetuar o pagamento, é possível notar que as compras parceladas em quatro vezes ou mais possuem o tíquete médio mais elevado. Porém, 42% dos consumidores preferem realizar o pagamento à vista.

Número de consumidores únicos aumentou

A categoria de Moda e Acessórios ficou em primeiro lugar em número de pedidos, com 21%. Entretanto, a categoria de Beleza, Perfumaria e Saúde teve o maior crescimento percentual durante o ano de 2019, tanto em faturamento quanto em número de pedidos e, logo após, a categoria de Eletrodomésticos e Ventilação em faturamento.

Outro crescimento importante está no número de consumidores únicos (aqueles que realizaram ao menos uma compra online no ano). Em 2019, este público aumentou 40,6% em relação a 2018, chegando a 31,4 milhões de pessoas.

A tendência é de que o número aumente ainda mais nos próximos anos, visto que atualmente, o Brasil conta com 128 milhões de internautas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice engloba compradores com idades a partir dos dez anos. “Mesmo esse consumidor utilizando o cartão de crédito dos pais ele tem perfil diferente de compras, por isso, faz parte do levantamento”, explica Dias.

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Para conferir os dados na íntegra, acesse o relatório NeoTrust.

Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil