A Black Friday já se tornou um dia de promoções difundido em todo o varejo no Brasil, mas, entre os consumidores americanos, é a Cyber Monday (“ciber segunda-feira” ou “segunda-feira cibernética”) que mais mobiliza as vendas nas lojas online do país.
Em 2020, a expectativa é de movimento recorde nos sites das grandes varejistas nesta segunda-feira (30). A estimativa é de que o faturamento deva ficar entre US$ 10,8 bilhões e US$ 12,7 bilhões, o que representa um aumento de 15% a 35% em relação à Cyber Monday de 2019. Os dados são da Adobe Analytics.
Se confirmados, os números devem fazer desta segunda-feira o maior dia de vendas no comércio eletrônico nos Estados Unidos na história, o que tende a beneficiar as grandes varejistas online, como Amazon, Walmart e eBay.
O resultado pode ofuscar até mesmo o movimento durante a Black Friday, quando as lojas online americanas tiveram um faturamento de US$ 9 bilhões ao todo, crescendo 22% sobre 2019, também segundo a Adobe.
Em meio à pandemia do coronavírus, os consumidores nos Estados Unidos — e do mundo afora — passaram a dar preferência por fazer compras online, para evitar locais movimentados.
Isso fez as varejistas americanas apostarem mais nas vendas pela internet durante a Black Friday este ano. Ao contrário do que costuma acontecer, não houve longas filas e aglomerações de consumidores em busca de descontos nas lojas físicas. O movimento de pessoas nas lojas caiu 52% de acordo com os dados da consultoria Sensormatic Solutions.
Por que Cyber Monday?
Segundo reportagem da Exame, a Cyber Monday foi criada em 2005 pela Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos como uma forma de impulsionar o comércio eletrônico, aproveitando o feriado de Ação de Graças. O dia de promoções é realizado sempre na segunda-feira seguinte ao feriado.
Na época, a Cyber Monday também era uma forma de se contrapor à Black Friday, que historicamente era ligada mais às lojas físicas.
Com o passar do tempo, as grandes redes de varejo americanas passaram a vender também pela internet, e as duas datas acabaram se misturando. Hoje, a maioria das empresas do setor aproveita tanto a Black Friday quanto a Cyber Monday para realizar promoções especiais.
A pandemia acelerou a digitalização do varejo, uma transformação que já estava em curso nos últimos anos. Grandes redes americanas como Walmart e Target — que são originalmente do varejo físico — viram as vendas pela internet dobrarem nos últimos meses.
Essa transformação tende a misturar ainda mais a Black Friday e a Cyber Monday nos Estados Unidos daqui para frente. Mesmo depois da pandemia, o consumo online deve continuar crescendo fazendo com que as duas datas de promoções percam as suas características originais.
Leia também: ICVA: vendas no varejo na Black Friday recuam 14,5%; e-commerce cresce 21%
Fonte: Exame