Alvo de críticas, acordo entre Amazon e MGM deve receber sinal verde
A aquisição do estúdio Metro-Goldwyn-Mayer pela Amazon gerou novas críticas sobre o domínio cada vez maior das gigantes de tecnologia dos Estados Unidos, mas o acordo destaca como reguladores antitruste estão de mãos atadas quando se trata de frear a expansão das empresas.
Na quarta-feira (26), críticas destacaram o acordo com a MGM como mais um exemplo de como as gigantes do setor compram empresas para expandir seu alcance, mesmo enquanto enfrentam uma série de processos antitruste e medidas do Congresso para limitar seu poder.
“Outro dia. Outra mega fusão”, tuitou o deputado democrata David Cicilline, de Rhode Island, que liderou uma ampla investigação sobre a Amazon, Facebook, Alphabet e Apple. “A proposta de compra da MGM pela Amazon reforça o que já sabemos: estão focadas em expandir e consolidar seu poder de monopólio.”
A Amazon anunciou o acordo da MGM um dia depois de ser processada pelo procurador-geral de Washington, segundo o qual a varejista online tem adotado uma conduta anticompetitiva que eleva os preços aos consumidores. O processo, a primeira ação antitruste do governo contra a Amazon nos Estados Unidos, abriu outra frente no ataque regulatório ao setor de tecnologia.
O acordo representa um primeiro teste para a agenda antitruste do governo Biden. O presidente ainda não nomeou um procurador-geral assistente para comandar a divisão antitruste do Departamento de Justiça, que provavelmente revisaria o acordo com a MGM.
Para aqueles preocupados com o crescimento implacável das maiores empresas de tecnologia, a aquisição da MGM pode destacar como a lei antitruste é insuficiente, disse Sam Weinstein, professor de questões antitruste na Cardozo School of Law, em Nova York. De acordo com a análise antitruste tradicional, que investigaria se a Amazon ganharia poder de mercado muito amplo em conteúdo de cinema e TV, o acordo com a MGM provavelmente será aprovado pelos reguladores, disse.
“Se estamos realmente preocupados com o quão grande é uma empresa – apenas o quão grande, não que esteja criando um monopólio em um mercado específico – esta aquisição irá incomodar, e as leis antitruste, conforme constituídas atualmente, não foram elaboradas para abordar algo assim”, disse Weinstein.