Logo E-Commerce Brasil

Coronavírus: trabalhadores da Amazon e entregadores fazem greve nos EUA

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Enquanto a recomendação em diversos países é adotar o trabalho remoto, alguns profissionais precisam ficar na linha de frente diante da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Nos Estados Unidos, funcionários dos depósitos da Amazon, da rede de supermercados Whole Foods e entregadores pelo aplicativo Instacart farão greve para pedir mais direitos trabalhistas diante da pandemia.

Segundo a emissora de rádio americana NPR, todos esses trabalhadores pedem mais acesso a dias pagos em caso de doença. Por enquanto, a política vale apenas para os que testaram positivo para o novo coronavírus ou se encaixam nos critérios de quarentena mandatória.

Amazon

A greve dos trabalhadores da Amazon ocorrerá no depósito de Staten Island, em Nova York. Um porta-voz da greve afirmou à rede de televisão americana CNN que há de cinco a sete casos de infectados com o novo coronavírus dentro do depósito de Staten Island.

A Amazon informou à CNN que está implementando testes diários de temperatura nos depósitos e já havia criado anteriormente um fundo de US$ 25 milhões para financiar a quarentena de funcionários infectados.

De acordo com a NPR, os funcionários da Amazon em greve pedem que os depósitos sejam fechados para uma limpeza mais aprofundada, mas garantindo o pagamento de todos os membros. A gigante tem 800 mil funcionários e ao menos 11 depósitos têm casos confirmados de Covid-19.

A Amazon afirmou à NPR que tem tomado medidas extremas para manter as pessoas seguras. As mudanças incluem licenças remuneradas para quem se sentir incomodado em trabalhar nessa situação e um aumento de US$ 2 por hora no mês de abril.

Leia também: Coronavírus: Amazon lança fundo de ajuda para motoristas e funcionários sazonais

Instacart

Já os entregadores da Instacart pedem lenços desinfetantes, álcool em gel e um aumento salarial de US$ 5 por pedido em face dos riscos que assumem. Os entregadores também buscam uma gorjeta mínima de 10%.

A Instacart afirmou que distribuiria mais materiais aos funcionários autônomos, deixaria que consumidores mudem o padrão das gorjetas no aplicativo e daria um bônus de US$ 25 a US$ 200 dependendo das horas trabalhadas entre 15 de março e 15 de abril.

As medidas foram consideradas “insultantes” pelos entregadores, que mantiveram a paralisação. Mesmo assim, a Instacart segue crescendo: a startup afirmou à CNN que traria mais 300 mil entregadores nos próximos três meses diante do aumento na demanda pelo delivery.

Whole Foods

A rede de supermercados americana Whole Foods, comprada pela Amazon, também tem trabalhadores insatisfeitos. Os funcionários convocaram uma greve para esta terça-feira (31), também pedindo mais segurança contra o alastramento da pandemia de Covid-19.

Em postagem na internet, o grupo pede medidas como pagamento garantido aos funcionários que se isolarem ou passarem por quarentena; plano de saúde para trabalhadores temporários e de meio período; cobertura de testes e tratamento a todos; pagamento dobrado por conta dos riscos assumidos; mais medidas de distância entre trabalhadores e consumidores; equipamentos e procedimentos sanitários adequados; e fechamento de lojas onde um trabalhador tenha sido infectado pelo novo coronavírus, com pagamento assegurado de todos os seus funcionários.

As informações são da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios