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O valor comercial do gerenciamento de informações estratégicas no cross-channel

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Por José Chojrin – Solutions Advisor para a América Latina na Stibo Systems*

 

Gerenciar ativos digitais e intelectuais é importante para melhorar a rentabilidade. A estratégia de uma empresa de sistemas para apoiar decisões multidisciplinares tem um impacto direto e importante sobre os lucros. A falta de um repositório único de informações integradas, que possam ser acessados ​​de todos os departamentos e por todas as pessoas envolvidas no processo, leva à ineficiência e a mal-entendidos. Isso compromete o funcionamento global e torna muito difícil para a empresa manter uma vantagem competitiva em longo prazo. Além disso, torna a vida mais difícil para todos.

A gestão estratégica da informação permite às empresas utilizar as informações de uma forma proativa. Em um número crescente de companhias, esse tipo de gestão está se tornando uma ferramenta indispensável em um contexto hipercompetitivo, em um momento em que as regras do comércio estão mudando rapidamente, e uma nova realidade está sendo criada quase continuamente pelas diferentes abordagens à inteligência comercial.

Nunca antes foi tão evidente que o sucesso do negócio a longo prazo não será mais baseado na força do balancete de uma organização. Em vez disso, como profetizou o futurista Alvin Toffler há mais de 30 anos, as empresas vencedoras serão aquelas que podem se mover rapidamente, porque têm o acesso rápido à informação certa no momento certo.(1)

A suposição de que o sucesso depende apenas da inovação é falha. Hoje isso diz respeito à melhor execução, à simplicação do processo interno necessário para entregar os produtos para os sites de e-commerces, os catálogos, os call centers e outros canais de vendas e de suporte. É sobre encontrar meios de eliminar a carga de processos demorados, as reuniões e as revisões que caracterizaram a “era da planilha”.

O acesso rápido a informações precisas sobre produtos é vital no ambiente hipercompetitivo de hoje: as empresas precisam ser capazes de oferecer o produto certo, pelo preço certo, no momento certo. Os consumidores esperam obter cada vez mais informações, de melhor qualidade e numa velocidade maior. Se uma empresa não está apta a oferecer informações sobre os seus produtos no momento em que o consumidor necessita, há um alto risco de perder a venda para a concorrência. Comparar preços e tomar decisões sobre alguma compra leva apenas um instante nos dias de hoje. E quando esse instante é perdido, a venda é perdida, na maioria dos casos.

A informação estratégica pode ser definida de diferentes maneiras, mas na sua essência significa ter os dados críticos disponíveis no momento exato para a tomada de ações. Ações que, se atrasadas, podem levar a altos custos de oportunidade e até mesmo a prejuízos concretos.

No entanto, algumas empresas ainda consideram a gestão estratégica da informação como uma “tecnologia bacana de se ter”. É por isso que, em muitos casos, seus negócios são afetados pelas ações implementadas pelos concorrentes, que entenderam a urgência da necessidade de se ter essa capacidade de estratégia, a fim de melhorar sua posição competitiva. Eles permanecem como meros espectadores do campo de batalha, ao invés de gladiadores lutando duro para capturar novas vendas em seus sites, lojas e multicanais.

A gestão estratégica da informação ajuda empresas no mundo todo a melhorar a sua lucratividade através de uma gestão mais eficiente dos seus dados não transacionais. Esses dados se tornam transacionais quando fluem através da organização. À medida em que os dados são armazenados em diferentes “depósitos”, a situação torna-se propensa a erros quando eles são administrados por diferentes pessoas e departamentos. Isso leva a imprecisões e a inconsistências que podem causar impactos na confiabilidade e na rentabilidade.

Com o aumento exponencial do comércio eletrônico, as empresas precisam estar preparadas para operar 24/7 (24h por dia, 7 dias por semana). Uma correção imediata é necessária quando imprecisão ou inconsistência são detectadas, o que se torna impossível no modelo de 40 horas semanais de trabalho. A informação precisa ser gerenciada através de um sistema capaz de evitar tais imprecisões e inconsistências antes de arruinar com todo o processo. Isso é impossível quando a empresa não possui integração dos seus dados, ou quando a informação é lançada em um sistema lento, legado, em plataformas de tecnologia antiga, ou, ainda, em diferentes locais, com registros duplicados e mistos (e, em alguns casos, taxonomias diferentes).

E é aí que entra o sistema de gestão estratégica de informação, projetado para o gerenciamento de dados de informações sobre o produto e de publicação em múltiplos canais. Isso permite que todos os departamentos dentro de uma organização possam trabalhar a partir de um mesmo conjunto de dados.

Empresas de varejo líderes têm reconhecido o valor de ter informações estratégicas sobre os seus produtos de forma centralizada. É por isso que elas adotaram um sistema de gestão estratégica da informação, pondo fim a vários depósitos de dados e melhorando a precisão e a consistência no processo.

Alguns anos atrás o professor Michael Porter, que é conhecido como o pai da estratégia moderna, apresentou seu famoso modelo das “cinco forças”, que permite analisar qualquer indústria em termos de rentabilidade. Os gestores de negócios estratégicos de hoje devem também reconhecer a existência de uma sexta força: a intracompetitividade*. Essa é a força competitiva que deriva da melhor combinação de talentos e capacidades intelectuais que uma organização é capaz de alcançar. A gestão estratégica da informação é a ferramenta ideal para desenvolver essa força, que deriva da interação humana necessária para o gerenciamento inteligente de ativos digitais.

 

(1)       Em seu livro “A Terceira Onda”, publicado em 1980, Alvin Toffler argumentou que o futuro seria compartilhado pela sociedade da informação e do conhecimento: “na nova fase prevalece o conhecimento sobre a força muscular”. Convencido de que o novo mundo seria dividido em rápido ou lento, no qual o poder é levado do Estado para o indivíduo, para a gestão da informação e do conhecimento, o autor propõe que o conhecimento se torne a principal arma de lutas de poder, enquanto o novo sistema para a criação acelerada de riqueza dependeriam cada vez mais do intercâmbio de dados, informação e conhecimento.

* José Chojrin é Solutions Advisor para LatinAmerica em Stibo Systems. O termo “intra-competitividade” foi usada pela primeira vez em um artigo publicado por ele no Business Review, intitulado Palermo Empowerment: A Sexta Força. (Empowerment:. La sexta fuerza. Palermo Business Review – n. 1 – Año 1, Universidad de Palermo, Buenos Aires)

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Artigo publicado na Revista E-Commerce Brasil, edição 06.

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