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O Brasil cabe num script? Linguagem, contexto e atendimento ao cliente

Por: Oswaldo Garcia

CEO da NeoAssist

Atual CEO da NeoAssist, Oswaldo já passou por cargos de liderança em startups de tecnologia e grandes empresas como Kovi, Garos Capital, BCG, Petrobras e Ambev. Possui MBA pela Harvard Business School, além de graduação em engenharia mecânica pela Universidade de Brasília. É especialista em áreas como Empreendedorismo; Estratégia e operações de negócios; Tecnologia; SaaS; Private Equity / Search Funds.

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O Brasil é diverso em renda, hábitos de consumo, meios de pagamento e acesso digital. Tratar todas as interações com o mesmo roteiro gera ruído: mensagens pouco claras, instruções difíceis de executar e promessas que não valem para todas as praças. Ajustes finos de linguagem e de contexto por região tornam o atendimento mais claro e a operação mais eficiente.

Mulher atendendo clientes por videochamada, cercada por caixas de encomendas em ambiente de e-commerce.
Imagem: Envato.

A proposta aqui é prática. Identificar onde as diferenças realmente afetam a jornada, criar uma biblioteca de respostas que reflita essas nuances e implantar uma rotina de qualidade com recorte regional.

Onde o contexto muda a conversa

Quatro fatores costumam explicar divergências de expectativa e de compreensão:

– Vocabulário e tom: formalidade, gírias e termos cotidianos variam por região e perfil. Textos diretos e objetivos ajudam a reduzir retrabalho.
– Pagamentos: forte adoção de meios instantâneos convive com bolsões de uso de boleto. Isso altera prazos percebidos e orientações de confirmação.
Logística: janelas de entrega, pontos de retirada e rotas variam por praça e parceiro.
– Acesso digital: em parte do público, redes sociais são o principal canal de contato. Instruções visuais e passo a passo claro elevam a chance de resolução.

Biblioteca de respostas por variação

Uma base viva de respostas evita improviso e acelera o treinamento de bot e de agentes.

– Glossário por região e nível socioeconômico: termos preferenciais, exemplos aprovados e palavras a evitar.
– Versões em leitura fácil: textos curtos, frases ativas e instruções enumeradas.
– Paridade de tom: ajustar a linguagem sem perder identidade de marca.
– Políticas sensíveis ao contexto: ajustes em prazos, comprovações e alternativas de entrega quando necessário.

Operação e qualidade com recorte regional

A qualidade melhora quando o monitoramento espelha a realidade do atendimento.

– Amostragem estratificada por praça e sentimento: revisões semanais para capturar variações.
– Testes A/B de texto por região: comparar clareza, taxa de recontato e tempo de execução.
– Métricas regionais: CSAT por praça, recontato por sentimento e custo por contato local.
– Ciclo de feedback: usar os achados para atualizar macros, conteúdo de ajuda e respostas automáticas.

Quando escalar personalização

Personalizar não precisa ser caro. A forma mais segura é começar pelas jornadas de maior volume e por duas regiões piloto. Expandir conforme surgem evidências de ganho. Revisões trimestrais mantêm a biblioteca atualizada para novas campanhas e sazonalidades.

Riscos a evitar

– Estereótipos: a base deve refletir dados reais de linguagem, e não suposições.
– Incoerência de política: ajustes regionais precisam respeitar regras gerais e legislação aplicável.
– Excesso de variantes: muitas versões para o mesmo tema geram confusão. Melhorar poucas respostas críticas com alta recorrência traz mais resultado.

E por último

Scripts únicos ignoram a realidade do país. Com vocabulário adequado, políticas sensíveis ao contexto e uma rotina leve de qualidade, a operação reduz retrabalho, aumenta a resolução de primeira e mantém a identidade de marca intacta.

Como adaptar diálogo, políticas e qualidade por região para elevar compreensão e resolução

O Brasil é diverso em renda, hábitos de consumo, meios de pagamento e acesso digital. Tratar todas as interações com o mesmo roteiro gera ruído: mensagens pouco claras, instruções difíceis de executar e promessas que não valem para todas as praças. Ajustes finos de linguagem e de contexto por região tornam o atendimento mais claro e a operação mais eficiente.

A proposta aqui é prática. Identificar onde as diferenças realmente afetam a jornada, criar uma biblioteca de respostas que reflita essas nuances e implantar uma rotina de qualidade com recorte regional.