Logo E-Commerce Brasil

GNRE: o imposto que pode travar entregas de quem transporta para o e-commerce

Por: Ewerton Caburon

CEO da EmiteAí!

Graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp, possui MBA em Gestão de Negócios pelo Insper. Desde 2021, é CEO da Emiteaí, uma startup de logística responsável por facilitar a emissão de documentos e promover o gerenciamento de transportes eficientes. Atualmente, atende os principais marketplaces do mercado. Já atuou como Diretor Executivo de Operações na BBM Logística, liderando projetos de otimização com IoT e Machine Learning. Também exerceu cargos de liderança na Raízen e Ambev, sempre focado em eficiência operacional e gestão de grandes equipes.

Ver página do autor

Se tem um tema que mexe com o sono dos profissionais de logística no Brasil, esse tema é a GNRE – Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais.

Homem analisando tela de laptop com a sigla “GNRE” em destaque.
Imagem gerada por IA.

Criada para facilitar a arrecadação do ICMS em operações interestaduais, a GNRE acabou virando um dos maiores gargalos da logística nacional. E não é por causa do imposto em si, mas pela forma como ele é gerido.

Por que a GNRE é tão problemática?

A GNRE foi pensada para arrecadar o ICMS entre estados, mas a falta de padronização entre eles criou um processo manual, complexo e cheio de brechas para erros.

Hoje, quem atua na operação logística sabe: é comum caminhões ficarem parados em postos fiscais por erros simples na GNRE – documentos preenchidos incorretamente, guias atrasadas ou divergentes, problemas de última hora que geram atrasos fatais.

Os impactos na operação são severos

Esse travamento da operação compromete diretamente o SLA – o nível de serviço prometido ao cliente final.

– Diárias extras de caminhões parados
– Horas extras para o time de backoffice tentar corrigir os erros
– Reentregas e remarcação de prazos
Clientes frustrados, especialmente no e-commerce, onde a velocidade é fundamental

Posso afirmar pela minha experiência: a GNRE é um dos principais motivos pelos quais entregas atrasam e a operação perde eficiência no Brasil.

O problema não é o imposto, é a gestão

Aqui vai minha análise direta: o problema da GNRE não é o imposto em si, mas o fato de que muitas empresas ainda gerenciam essa etapa com planilhas, processos manuais e plantões noturnos.

Enquanto isso, concorrentes que investiram em automação conseguem gerar, pagar e controlar a GNRE em segundos, sem riscos de erro e com integração direta aos sistemas fiscais e bancários.

Essa diferença cria um gap competitivo enorme.

Automação é o caminho para virar o jogo

A boa notícia? A solução existe – e passa pela automação.

Sistemas modernos que entendem as regras fiscais específicas de cada estado podem:

– Gerar e pagar GNRE automaticamente
– Integrar-se a ferramentas de pagamento para facilitar o pagamento e evitar atrasos
– Emitir documentação em tempo real para o caminhão sair com tudo correto
– Monitorar e controlar toda a operação com transparência e velocidade

Com a tecnologia certa, clientes têm reduzido em até 90% os erros relacionados à GNRE, acelerando entregas e melhorando o SLA – uma vantagem competitiva real.

GNRE como diferencial competitivo

Automatizar a gestão da GNRE significa sair do modo “apagar incêndio” para trabalhar com eficiência, previsibilidade e controle.

Empresas que conseguiram isso estão ganhando mercado porque entregam mais rápido, com menos custos e maior satisfação dos clientes.

Para mim, não há dúvida: quem dominar a GNRE automatizada terá uma vantagem estratégica crucial no mercado brasileiro, especialmente no e-commerce e no varejo moderno, em que cada minuto conta.