A evolução da inteligência artificial nas áreas de marketing e vendas tem mostrado que não existe solução eficiente sem dados qualificados e pessoas capazes de transformar essas informações em ações inteligentes. Com o avanço da tecnologia, é possível notar que a sua implementação amplia as capacidades, mas é a combinação entre habilidades humanas, contexto e dados limpos que libera o potencial da IA no dia a dia.

Segundo a pesquisa “Global Consumer Products Engagement Report”, 41% dos consumidores desejam ofertas e benefícios personalizados, enquanto apenas uma pequena parcela se interessa por grandes descontos que não condizem com seus verdadeiros interesses. Ao mesmo tempo, 57% desses clientes já escolheram marcas mais acessíveis, reforçando como valor e relevância caminham lado a lado na decisão de compra.
Do lado das empresas, o cenário também demonstra oportunidades claras. Hoje, 49% (quase metade) dos profissionais de marketing especialistas em B2C afirmam que seus dados são muito desestruturados para serem usados de forma eficiente.
Enquanto isso, 51% deles dizem não conseguir acessá-los em tempo real, o que mostra que boa parte das iniciativas de inteligência artificial ainda opera com informação incompleta, limitando a capacidade da tecnologia de antecipar tendências e entregar personalização.
Ainda assim, a disposição para crescer é perceptível. Segundo dados da SAP Emarsys, 88% dos profissionais de marketing acreditam que precisam transformar profundamente suas abordagens de engajamento. Enfatizando esse cenário, o “AI in Retail Global Report” aponta que 92% dos profissionais de marketing já utilizaram IA ao longo do ano para otimizar campanhas, prever comportamentos ou ajustar segmentações.
A questão, portanto, não é adotar IA, mas garantir que a base necessária esteja pronta.
Dados e pessoas como alicerces da IA
Pessoas e dados se tornam os dois pilares centrais da evolução. Os dados da Emarsys mostram ainda que 59% dos consumidores permanecem fiéis a uma marca devido à qualidade dos produtos, enquanto 34% trocam de marca quando percebem o uso indevido de dados. Isso ressalta que a IA não substitui a sensibilidade humana e precisa ser guiada por decisões responsáveis, alinhadas a práticas de governança e transparência.
Além disso, a IA já apoia o desenvolvimento de habilidades humanas essenciais para vendas e marketing. Representantes comerciais podem usar a tecnologia para aprimorar a empatia, analisando o sentimento do cliente; para fortalecer a escuta ativa, identificando pontos-chave das conversas; ou para melhorar sua capacidade de negociação, com base em dados.
Também é possível usar IA para aprimorar adaptabilidade, desde a leitura de tendências até a identificação de comportamentos emergentes. Isso cria uma colaboração em que tecnologia e pessoas evoluem juntas.
Por que implementar IA de forma estruturada e ética
Porém, esse tipo de evolução demanda estruturas sólidas. Especialistas como Matthew Gardner, consultor de tecnologia para o varejo, sugerem que as empresas comecem resolvendo problemas reais e testem o uso da IA em ciclos reduzidos, expandindo apenas quando os resultados forem consistentes.
O profissional ainda destaca a segurança e a governança como pilares essenciais para proteção de dados; arquitetura composable para dar flexibilidade; integração fluida entre ERP, CRM e plataformas de experiência; e baixa latência nos pontos de conversão e engajamento.
Ao integrar IA nativa em plataformas que já conectam vendas, marketing e atendimento, a empresa abre as portas para que os insights fluam entre as equipes e para que as decisões sejam tomadas em tempo real. Nesse momento, os recursos como interfaces em linguagem natural democratizam o acesso a análises, permitindo que profissionais não técnicos também utilizem IA estrategicamente.
O resultado é um novo modelo de colaboração de pessoas, dados e tecnologia.
A IA acelera análises, revela padrões e oferece previsões; as equipes transformam essas informações em ações responsáveis, criativas e relevantes. A união entre essas camadas técnica e humana é o que eleva a eficiência e cria experiências capazes de gerar valor para os clientes e para as empresas.
Quem estruturar seus dados e preparar suas equipes para adotar IA com foco em desenvolvimento humano estará à frente dos concorrentes e preparado para atender às expectativas do consumidor, que quer ser reconhecido e atendido com inteligência.
Esse é o caminho para liberar o potencial da IA e transformar a experiência do cliente em vantagem competitiva sustentável.