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Dados, pessoas e IA: a combinação que está redefinindo resultados nas empresas

Por: Camila Olaechea

Diretora Comercial da SAP Emarsys para a LATAM

Como Diretora Comercial da SAP Emarsys para a LATAM, Camila Olaechea é uma líder com mais de uma década de experiência na SAP. Sua expertise está em guiar grandes marcas na transformação digital, utilizando estratégias de engajamento omnicanal. Camila apoia empresas de diversos setores a conectar dados, inteligência artificial e automação para personalizar a experiência do cliente em escala, resultando em maior retenção, fidelização e crescimento de receita.

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A evolução da inteligência artificial nas áreas de marketing e vendas tem mostrado que não existe solução eficiente sem dados qualificados e pessoas capazes de transformar essas informações em ações inteligentes. Com o avanço da tecnologia, é possível notar que a sua implementação amplia as capacidades, mas é a combinação entre habilidades humanas, contexto e dados limpos que libera o potencial da IA no dia a dia.

Mulher trabalhando em frente a dois monitores com gráficos e dashboards de dados em um escritório iluminado.
Imagem: SAP.

Segundo a pesquisa “Global Consumer Products Engagement Report”, 41% dos consumidores desejam ofertas e benefícios personalizados, enquanto apenas uma pequena parcela se interessa por grandes descontos que não condizem com seus verdadeiros interesses. Ao mesmo tempo, 57% desses clientes já escolheram marcas mais acessíveis, reforçando como valor e relevância caminham lado a lado na decisão de compra.

Do lado das empresas, o cenário também demonstra oportunidades claras. Hoje, 49% (quase metade) dos profissionais de marketing especialistas em B2C afirmam que seus dados são muito desestruturados para serem usados de forma eficiente.

Enquanto isso, 51% deles dizem não conseguir acessá-los em tempo real, o que mostra que boa parte das iniciativas de inteligência artificial ainda opera com informação incompleta, limitando a capacidade da tecnologia de antecipar tendências e entregar personalização.

Ainda assim, a disposição para crescer é perceptível. Segundo dados da SAP Emarsys, 88% dos profissionais de marketing acreditam que precisam transformar profundamente suas abordagens de engajamento. Enfatizando esse cenário, o “AI in Retail Global Report” aponta que 92% dos profissionais de marketing já utilizaram IA ao longo do ano para otimizar campanhas, prever comportamentos ou ajustar segmentações.

A questão, portanto, não é adotar IA, mas garantir que a base necessária esteja pronta.

Dados e pessoas como alicerces da IA

Pessoas e dados se tornam os dois pilares centrais da evolução. Os dados da Emarsys mostram ainda que 59% dos consumidores permanecem fiéis a uma marca devido à qualidade dos produtos, enquanto 34% trocam de marca quando percebem o uso indevido de dados. Isso ressalta que a IA não substitui a sensibilidade humana e precisa ser guiada por decisões responsáveis, alinhadas a práticas de governança e transparência.

Além disso, a IA já apoia o desenvolvimento de habilidades humanas essenciais para vendas e marketing. Representantes comerciais podem usar a tecnologia para aprimorar a empatia, analisando o sentimento do cliente; para fortalecer a escuta ativa, identificando pontos-chave das conversas; ou para melhorar sua capacidade de negociação, com base em dados.

Também é possível usar IA para aprimorar adaptabilidade, desde a leitura de tendências até a identificação de comportamentos emergentes. Isso cria uma colaboração em que tecnologia e pessoas evoluem juntas.

Por que implementar IA de forma estruturada e ética

Porém, esse tipo de evolução demanda estruturas sólidas. Especialistas como Matthew Gardner, consultor de tecnologia para o varejo, sugerem que as empresas comecem resolvendo problemas reais e testem o uso da IA em ciclos reduzidos, expandindo apenas quando os resultados forem consistentes.

O profissional ainda destaca a segurança e a governança como pilares essenciais para proteção de dados; arquitetura composable para dar flexibilidade; integração fluida entre ERP, CRM e plataformas de experiência; e baixa latência nos pontos de conversão e engajamento.

Ao integrar IA nativa em plataformas que já conectam vendas, marketing e atendimento, a empresa abre as portas para que os insights fluam entre as equipes e para que as decisões sejam tomadas em tempo real. Nesse momento, os recursos como interfaces em linguagem natural democratizam o acesso a análises, permitindo que profissionais não técnicos também utilizem IA estrategicamente.

O resultado é um novo modelo de colaboração de pessoas, dados e tecnologia.

A IA acelera análises, revela padrões e oferece previsões; as equipes transformam essas informações em ações responsáveis, criativas e relevantes. A união entre essas camadas técnica e humana é o que eleva a eficiência e cria experiências capazes de gerar valor para os clientes e para as empresas.

Quem estruturar seus dados e preparar suas equipes para adotar IA com foco em desenvolvimento humano estará à frente dos concorrentes e preparado para atender às expectativas do consumidor, que quer ser reconhecido e atendido com inteligência.

Esse é o caminho para liberar o potencial da IA e transformar a experiência do cliente em vantagem competitiva sustentável.