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Black Friday 2025: como a IA redefine o jogo do e-commerce brasileiro

Por: Betina Wecker

Co-fundadora e VP de Novos Negócios da Appmax

VP de Novos Negócios na Appmax, startup de pagamentos online com foco no aumento de faturamento de e-commerces e negócios digitais. Formada em administração pela Unisinos, atua na área de e-commerce e meios de pagamentos digitais desde 2015.

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A Black Friday deixou de ser um evento promocional e passou a ser um teste de maturidade para o e-commerce brasileiro. A cada ano, a data revela quem opera com inteligência e quem ainda depende apenas de campanhas agressivas para crescer. Em 2025, esse divisor de águas será ainda mais nítido e o motivo tem duas letras: IA.

Placa iluminada sendo segurada por uma mão, com os dizeres “Black Friday Sale” sobre um fundo escuro com projeções de circuitos eletrônicos.
Imagem: Envato.

A inteligência artificial deixou de ser diferencial tecnológico para se tornar o novo alicerce da previsibilidade comercial. O que antes era “instinto de gestor” hoje é dado processado em tempo real: prever comportamento de compra, ajustar precificação dinâmica, otimizar rotas logísticas e antecipar quedas na taxa de conversão são decisões que já não cabem apenas à intuição.

IA na Black Friday: como a inteligência artificial aumenta eficiência e margem no e-commerce

O ponto é que a IA não está apenas nos anúncios mais eficientes, ela está na operação invisível. Está nos modelos que antecipam rupturas no estoque, no antifraude que identifica padrões e reduz falsos positivos, nas estratégias de recuperação de vendas que salvam carrinhos abandonados e na recuperação até mesmo de vendas contestadas (no caso de fraude amiga, por exemplo). É nesse bastidor que as marcas estão aumentando seu faturamento.

Durante a Black Friday, o maior desafio não é vender mais, mas vender com eficiência. E eficiência, hoje, significa tomar decisões rápidas com base em dados confiáveis. No meu dia a dia, acompanhando centenas de operações de e-commerce, vejo que as marcas mais preparadas são aquelas que já tratam a IA como um braço estratégico, e não como ferramenta pontual.

Um exemplo recorrente está na curva de aprendizado das campanhas. Com o custo de mídia subindo em novembro, é o algoritmo (e não o gestor) quem ajusta lances, identifica criativos de alta performance e redistribui verba em tempo real. Isso reduz desperdício e amplia o retorno sobre investimento em um período de competição máxima.

Outro ponto decisivo é a integração entre dados de pagamento, comportamento e logística. Quando esses dados se comunicam, a IA consegue antecipar gargalos operacionais que comprometem o pós-Black. E esse talvez seja o maior erro de quem encara a Black Friday como um evento isolado: o pico de vendas é inútil se ele gera uma ressaca de dezembro com margem corroída e base fria.

A inteligência artificial não substitui o olhar humano, mas potencializa a capacidade analítica do gestor. Ela permite que o empreendedor foque em estratégia enquanto a máquina cuida do que é repetitivo, preditivo e escalável.

Maturidade digital: o verdadeiro diferencial competitivo na Black Friday

A Black Friday, portanto, não será definida por quem oferece o maior desconto, mas por quem domina o uso inteligente dos dados. Em um mercado saturado, a vantagem competitiva não está em investir mais, e sim em investir melhor com inteligência.

E a boa notícia é que essa inteligência já está acessível. Está nas ferramentas de personalização, nos sistemas antifraude, nas soluções de otimização de campanhas e nas plataformas de pagamento que aprendem a cada transação. O desafio agora é cultural: entender que a Black Friday não é sobre queima de estoque, e sim sobre maturidade digital.

Quem usa a IA para entender o cliente, proteger margem e garantir previsibilidade entra em dezembro com crescimento real, não com exaustão.