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Antifraude no e-commerce: como escolher a solução certa sem travar suas vendas

Por: Betina Wecker

Co-fundadora e VP de Novos Negócios da Appmax

VP de Novos Negócios na Appmax, startup de pagamentos online com foco no aumento de faturamento de e-commerces e negócios digitais. Formada em administração pela Unisinos, atua na área de e-commerce e meios de pagamentos digitais desde 2015.

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No universo do e-commerce, vender mais não depende apenas de atrair clientes. Muitas vezes, o verdadeiro gargalo está em um ponto invisível para o consumidor: a aprovação do pagamento. É nesse processo silencioso que entra em cena o antifraude, uma camada essencial de proteção que, quando mal calibrada, pode se transformar em um entrave para o crescimento de qualquer operação.

Pessoa com notebook segura um cadeado digital flutuante.
Imagem: Freepik.

Grande parte dos sistemas antifraude disponíveis no mercado ainda opera com base em regras rígidas e classificações automáticas de risco. A lógica é simples: se algo não bate com o esperado, a compra é bloqueada. O problema é que essa simplificação custa caro. Vendas legítimas acabam barradas, consumidores de boa-fé são tratados como suspeitos e toda a experiência de compra fica comprometida. Ou seja, o investimento em marketing e aquisição de clientes pode ir por água abaixo em segundos.

Falsos positivos: quando o cliente legítimo vira suspeito

Esse cenário gera o que chamamos de falsos positivos de fraude. Além da frustração imediata, o cliente rejeitado tende a buscar alternativas na concorrência e muitas vezes leva consigo a percepção de insegurança da marca. Pior: em um mercado extremamente competitivo, perder um cliente não significa perder apenas uma venda, mas comprometer o valor de tempo de vida (LTV) desse consumidor. Por outro lado, fraudes mais sofisticadas podem passar despercebidas por sistemas engessados, que não consideram nuances de comportamento, gerando prejuízos financeiros e desgaste de marca.

A solução, portanto, não está em blindar a operação a qualquer custo, mas em encontrar o equilíbrio entre segurança e aprovação. E é nesse ponto que se torna essencial aprofundar a análise das opções disponíveis no mercado. Afinal, o antifraude não é apenas uma barreira: pode ser também uma ponte para a escalabilidade.

A nova geração de antifraudes inteligentes

Hoje, tecnologias avançadas permitem análises em múltiplas camadas: desde o comportamento de compra até a pegada digital de dispositivos, histórico de navegação, dados de geolocalização e conexões entre usuários. Esse olhar contextualizado reduz falsos positivos, aumenta a taxa de aprovação e, principalmente, protege a experiência do consumidor. O resultado é uma operação mais saudável, que gera confiança, fidelização e, claro, maior volume de vendas aprovadas.

Outro fator estratégico é a personalização. Não existe uma regra única capaz de atender igualmente a um e-commerce de moda, um de suplementos e outro de eletrônicos. Cada segmento tem padrões próprios de risco e exige calibração sob medida. Ferramentas que oferecem esse ajuste não são apenas fornecedores: tornam-se parceiras estratégicas da operação. Nesse cenário, o antifraude deixa de ser visto como custo e passa a ser reconhecido como investimento direto em crescimento sustentável.

Essa é uma realidade que acompanho de perto no meu dia a dia no mercado de pagamentos digitais. Ao longo dos anos, percebi que o antifraude não deve ser tratado como um mal necessário, mas como uma ferramenta de diferenciação competitiva. Quando apoiado em inteligência artificial e calibrado para cada operação, ele se transforma em alavanca de crescimento: menos atrito, menos chargeback e mais vendas aprovadas. É tecnologia trabalhando a favor da experiência do consumidor e da margem de lucro das empresas.

A pergunta-chave para todo dono de e-commerce

No fim, a pergunta que todo dono de e-commerce deve se fazer é simples: meu antifraude está ajudando meu negócio a crescer ou está travando minhas vendas? A resposta está na escolha de uma solução que vá além da proteção básica e que compreenda a complexidade do seu mercado.

Afinal, segurança e escalabilidade precisam andar juntas e, quando caminham lado a lado, abrem espaço para que o e-commerce não apenas sobreviva, mas prospere em um ambiente cada vez mais competitivo.